Eficiência sem Fadiga II: Felicidade Intelectiva
Todo conhecimento nos enriquece: apropriamo-nos do que aprendemos (Aprehendere, em latim, significa agarrar, apreender). Encontramos nisso grande satisfação. Por isso é que gostamos de viajar; as viagens nos fazem conhecer o mundo e os homens. Interessamo-nos pelas notícias, sobretudo pelas que têm alguma relação conosco ou são muito importantes. Apreciamos o cinema e as novelas porque julgamos ver nelas a realidade, apesar de sabermos que não passam de ficções, ou porque nelas descobrimos o gênio e a arte do autor. Sentimos imenso prazer quando entendemos leis importantes das ciências ou as causas últimas dos seres na filosofia.
Quem, porém, sente a plenitude da satisfação intelectual é o inventor que descobre algo que poderá aumentar a felicidade da humanidade e o santo ou homem que crê, a quem Deus comunica, na oração, luzes extraordinárias que os fazem vislumbrar realidades infinitas. Todos temos ânsia de saber; a curiosidade estimula a todos; nosso entendimento, de capacidade ilimitada, é um apaixonado pela verdade; mas essa paixão jamais será saciada neste mundo: só a Verdade Absoluta, no céu, poderá nos satisfazer completamente. Conta-se que um grande cientista e pensador respondeu a quem lhe perguntava se cria no céu: “Creio na felicidade intelectiva. Senti muitas vezes o prazer profundo de saber de novas e importantes leis naturais que eu antes desconhecia e de descobrir algumas que eram desconhecidas dos demais. O que mais desejo é continuar gozando cada vez mais desse prazer, mas a limitação da minha inteligência, do tempo e da minha resistência física é um empecilho intransponível. Creio que deve haver um estado em que possamos satisfazer essa necessidade de conhecer toda a verdade, com absoluta certeza e sem esforço algum.”
Nosso desejo seria aproximar o mais possível os leitores dessa meta, que a fé garante aos fiéis para a vida futura, explicando-lhes de modo mais singelo e claro os fatores psíquicos (psique = alma) e somáticos (soma = corpo) que lhes causam eficiência ou cansaço em seu trabalho mental. A água cristalina do saber, capaz de saciar nossa sede de felicidade intelectiva, vem até nós através de quatro canais ou, se se preferir, é a resultante de quatro vidas ou atividades vitais: a intelectiva, a volitiva, a afetiva e a orgânica.
Quando as quatro trabalham ordenadamente, concentrando seus esforços na mesma direção, a eficiência ou rendimento é máximo e o cansaço mínimo. Quando, porém, uma dessas vidas é perturbada ou não fornece sua contribuição completa, o fruto é menor e o cansaço maior.
Aquele que tem um conflito familiar ou social ou um grave problema econômico ou de consciência sentirá grande dificuldade de concentrar-se no estudo ou em qualquer outro problema que não seja sua situação interior: a vida afetiva que perdeu seu equilíbrio o atrapalhará.
O apático ou inconstante, o que se recusa a fazer qualquer esforço, não utiliza sua vida volitiva.
Dizem que o famoso naturalista Darwin mal podia trabalhar mentalmente duas horas por dia. Quanto teria realizado com uma vida orgânica mais sadia?
Será, portanto, de muita utilidade descobrir como poderemos ordenar cada uma dessas vidas ou atividades e tirar delas o maior proveito possível. Também será muito conveniente ver como seu descontrole nos cansa e prejudica.
Para tanto, iremos desenvolvendo o seguinte esquema:
I. ATENÇÃO
Reúne ideias
I. VIDA INTELECTIVA
REFLEXÃO: Relaciona-as
RETENTIVA: Conserva-as e as reproduz
II. VIDA AFETIVA
SENTIMENTOS: Despertam interesse
EMOÇÕES: Despertam entusiasmo
III. VIDA VOLITIVA
MOTIVAÇÃO: Dá força
DECISÃO: Dá constância
IV. VIDA ORGÂNICA
MÚSCULOS: Oferecem apoio
SANGUE: Dá alimento
RESPIRAÇÃO: Dá apoio e alimento
Texto do Reverendo Narciso Irala
1969
Ana Paula Barros
Especialista em Educação Clássica e Neuro Educação pela Pontifícia Universidade Católica. Graduada em Curadoria de Arte e Produção Cultural pela Academia de Belas Artes de São Paulo. Professora independente no Portal Educa-te (desde 2018). Editora-chefe da Revista Salutaris e autora dos livros: "Modéstia", "Graça & Beleza".
3 comments
Eu sou publicitária é trabalho com o Facebook. Tem dias que minha vontade é desativar a conta e sumir Rsrsrs. Você acha que seria uma boa idéia criar um perfil profissional para poder me desligar dos supérfluos enquanto trabalho?
ResponderExcluirOlá, Barbara, paz e bem. Acredito que seria uma boa sim, ajuda a manter o foco ou você trabalha na sua página sem ficar na time line.
ResponderExcluirOlá, Ana!
ResponderExcluirTenho repensado bastante o meu uso das redes sociais, tanto ao postar quanto ao consumir conteúdo.
Percebi que muito do que eu postava no Instagram alimentava a minha soberba, seja por mostrar a minha plantinha que está linda (orgulho do resultado que alcancei) ou a quantidade de livros que li em um mês... coisas tão vãs que não acrescem nada nem na minha vida nem na vida das pessoas que me seguem, e o pior de tudo que esse trabalho de pensar uma foto e compartilhar os momentos da rotina só em troca de coraçõezinhos que também não interferem em nada da minha vida.
A passividade da timeline também me incomoda.
Resolvi que o melhor seria excluir o app e ficar visitando os blogs e sites que me interessam, mas a bendita soberba ainda bate à minha porta com a vontade de postar algo que eu conquistei, uma luta diária! Tenho pedido à Deus que me liberte desse grilhão.
Até mais,
Samantha
Olá, Paz e Bem! Que bom tê-lo por aqui! Agradeço por deixar sua partilha.