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"Uma certa memorização das palavras de Jesus, de passagens bíblicas importantes, dos dez mandamentos, das fórmulas de profissão de fé, dos textos litúrgicos e das orações essenciais e de noções chaves da doutrina..., longe de ser contrária à dignidade dos jovens cristãos, ou de constituir para eles um obstáculo para o diálogo pessoal com o Senhor, é uma verdadeira necessidade... É preciso ser realista. As flores da fé e da piedade cristã, se assim se pode dizer, não crescem nos espaços ermos de uma catequese sem memória. O essencial é que os textos memorizados sejam ao mesmo tempo interiorizados, compreendidos pouco a pouco na sua profundidade, a fim de se tornarem fonte de vida cristã pessoal e comunitária" (Catechesi Tradendae, ponto 55, de São João Paulo II, 1979)
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Que é o Pecado?
O pecado é um não a Deus, isto é, uma desobediência consciente e deliberada da Lei de Deus, cometida por pensamentos, palavras, atos e omissões.
1- Pecado Original
Chama-se "pecado original" a privação da Graça Santificante, isto é, o estado de decadência, a falta de uma qualidade essencial que deveríamos possuir e, por conseguinte, uma nódoa ou mácula moral, que nos afasta do Reino dos Céus. Foi "pecado pessoal" dos nossos pais, Adão e Eva, no entanto, nós também ficamos culpados, pois pecamos neles. Tal pecado é remediado no Batismo, mas sofremos as sequelas e feridas do pecado original: a morte, a ignorância e a concupiscência; que são remediadas pela esperança da salvação, pela busca das virtudes e pela busca da Verdade, ensinada pela Igreja de Cristo, a Igreja Católica Apostólica Romana.
2- Três tipos de pecado atual, isto é, pessoal.
- Pecado contra o Espírito Santo: é a recusa explicita do perdão e da graça de Deus: "pecado para a morte" (I Jo 5, 16).
- Pecado mortal ou grave: ocorre quando se preenchem três condições:
a) matéria grave, importante
b) conhecimento de causa
c) vontade deliberada
É dito mortal porque leva à perda da vida sobrenatural, isto é, da graça santificante. Quem está em pecado mortal desce a escada que leva a morte eterna. Sua vida da graça esta extinta, até que se arrependa. Assim qualquer mérito das boas obras feitas em pecado mortal não são atualizados e é como se não o tivesse feito, já que esta alma rompeu por vontade própria a relação com Deus que é a fonte de toda Bondade, a alma só volta a ter os benefícios espirituais das boas obras que fez se arrepender-se e confessar-se.
- Pecado venial ou leve: se dá quando falta um dos três requisitos acima. Não tira a vida da graça, mas contribui para torná-la anêmica, a alma se torna gradativamente mais fraca na batalha contra o mal.
3- Quatro tipos de pecados?
A distinção de quatro tipos de pecado:
a) contra o Espírito Santo
b) mortal
c) grave
d) venial
Proposta ultimamente, segundo a qual o pecado grave não extinguiria a vida da alma, foi repetidamente rejeitada pelo Magistério da Igreja (Reconciliatio et Paenitentia, 17, 1984). Portanto, a distinção entre pecado grave e mortal, como se o primeiro fosse um "pecado médio", não existe. O pecado ou é venial ou é mortal, mortal e grave são a mesma coisa.
4- Pecado pessoal e pecado social?
"O pecado é sempre um ato de pessoa individualmente considerada. Esta pode ser condicionada por fatores externos como por tendências da sua personalidade. Não digamos, porém, que o ser humano é tão condicionado que careça de livre arbítrio; resta sempre a cada individuo sadio a capacidade de opção em meio às pressões de cada dia. Por conseguinte, não devemos atribuir os pecados às estruturas e as sistemas, como se não fossem atos de pessoas" (Reconciliatio et Paenitentia, 16, 1984).
5- Os pecados contra o Espírito Santo são seis:
1) desesperar da salvação
2) presunção de se salvar sem merecimento
3) combater a Verdade conhecida
4) ter inveja das graças que Deus dá a outrem
5) obstinar-se no pecado
6) morrer na impenitência
6- Os pecados que bradam ao Céu e pedem vingança a Deus são quatro:
1) homicídio voluntário
2) pecado impuro contra a natureza
3) opressão dos pobres principalmente órfãos e viúvas
4) não pagar o salário a quem trabalha
Diz-se que esses pecados pedem vingança a Deus, porque o diz o Espírito Santo, e porque a sua malícia é tão grave e manifesta, que provoca o mesmo Deus a puni-los com os mais severos castigos.
"A perda do sentido do pecado é uma forma ou um fruto da negação de Deus: não só da negação ateísta, mas também da negação secularista. Se o pecado é a interrupção da relação filial com Deus para levar a própria existência fora da obediência a Ele devida, então pecar não é só negar a Deus; pecar é também viver como se Ele não existisse, bani-lo do próprio cotidiano. Um modelo de sociedade mutilado ou desequilibrado num ou noutro sentido, como é frequentemente veiculado pelos meios de comunicação, favorece bastante a progressiva perda do sentido do pecado." (Reconciliatio et Paenitentia, 18, 1984)