Devocional 42| Natureza da Caridade: ato principal da caridade e sua fórmula (São Tomás de Aquino)
Textos anteriores clique do Devocional aqui
A Caridade é uma virtude que nos proporciona comunicação e amizade íntima com Deus, fundada na participação do mesmo Deus como objeto que é da sua bem-aventurança e da nossa. Caridade não é somente ajudar as pessoas, dar coisas para as pessoas, é possível fazer tal coisa em pecado mortal, portanto, sem amizade com Deus, tal ato não é ato de caridade.
A amizade íntima com Deus, primeiramente, requer em nós uma participação da natureza de Deus, capaz de deificar a nossa, de elevar-nos acima de tudo o que é criado, seja homem ou anjo, até equiparar-nos em nobreza com Deus, de fazer-nos seus filhos, verdadeiros deuses; em segundo lugar, querer faculdades operativas proporcionadas à dignidade de deuses e filhos de Deus, para conhecê-lO como Ele se conhece, amá-lO como Ele se ama, e, como Ele, gozar da sua própria bem aventurança.
Eis a altura do nosso chamado!
Assim todo aquele que possui a virtude da caridade, necessariamente tem graça santificante, virtude e dons. A caridade é a rainha das virtudes. Porque, só sob seu império, executam as virtudes atos meritórios de vida eterna.
A caridade nos une a Deus por meio do amor.
O ato de amor consiste em amá-lO por ser quem é, Bem infinito, e em querer unir-se a Ele para participar da sua eterna felicidade.
Esses dois amores se diferenciam da seguinte forma: o primeiro é um amor de complacência em Deus por ser o que é em si mesmo, e o segundo se compraz em que o acúmulo de perfeição divinas esteja destinado a fazer o homem feliz.
Estes dois amores não se separam na virtude da caridade. E cada um destes amores é um ato de amor puro e perfeito.
Este amor estende-se para os outros: os já O gozam (os anjos e os justos no Céu) ou os que se acham em estado de O gozar algum dia (as almas do Purgatório e todos os homens que vivem na terra). Logo devemos amar a todos os homens com amor de caridade.
A ordem do amor é: primeiramente amar a Deus, depois a nós mesmos e depois o próximo (neste grupo a ordem é: primeiro os que estão próximos a Deus, depois os que estão ligados a nós por laços de sangue, de amizade ou de comunidade e etc.).
Podemos, também , em virtude da caridade, querer bens temporais para nós e para o nosso próximo e em determinadas condições devemos querê-los. Devemos querê-los quando tais bens são indispensáveis para viver e para praticar a virtude. E podemos quando, mesmo sem serem indispensáveis, são úteis e convenientes.
No entanto, se os bens temporais desejados são obstáculo para as virtudes não devemos desejá-los.
Para exercitarmos a virtude da caridade, podemos usar a seguinte fórmula:
"Deus e Senhor meu; amo-vos sobre todas as coisas; não quero outra recompensa mais do que a Vós mesmo, e amo-a, primeiramente, porque vós com ela sois ditoso, e depois por ser a bem aventurança de todos os que Vos possuem e dos chamados a possuir-Vos algum dia".
Baseado no Catecismo da Suma Teológica de São Tomás de Aquino.
Devocional | Calendário de Leitura Bíblica | Plano de Vida Espiritual | Cursos
1 comments
Sempre ensinamentos edificantes.Obrigado e que Deus nos abençoe.
ResponderExcluirOlá, Paz e Bem! Que bom tê-lo por aqui! Agradeço por deixar sua partilha.