Resenha e Comentários: O dom do Pentecostes - Meditações sobre o Divino Espírito Santo (Maurício Meschler)
Introdução
Esta resenha é um material de apoio do Clube de Leitura Salus in Caritate feito em parceria com a Editora Cultor de Livros. Temos o intuito de lhe ajudar a conhecer boas obras católicas e a realizar uma leitura efetiva, que lhe ajude em seu crescimento e amadurecimento como cristão (veja a lista de livros e cupons de desconto aqui).
Este projeto é um dos ramos de uma árvore de conteúdos planejados especificamente para o seu enriquecimento. Os projetos que compõem esta árvore são: Projeto de Leitura Bíblica com textos de apoio dos Doutores da Igreja (baixar gratuitamente aqui), Plano de Vida Espiritual (baixar gratuitamente aqui) e o Salus in Caritate Podcast (ouça em sua plataforma preferida aqui).
Resenha
Autor: Padre Maurício Meschler
Data da leitura: outubro de 2020
Editora: Cultor de Livros
Total de páginas: 464
Nível de dificuldade da leitura: de fácil leitura (mas os temas são mais avançados)
Sobre a autor
O Pe. Mauricio Meschler, S. J. Tendo entrou na Companhia de Jesus no ano de 1850, em Münster (Westfalia) e ordenou-se sacerdote em 1860. Além de outros cargos importantes ocupou o de Provincial da Província Alemã, de 1881-1884, e de Assistente do Revmo. P. Geral da Companhia, de 1892-1906. Faleceu santamente em Exaeteu (Holanda) a 2 de Dezembro de 1912. O Pe. Meschler é considerado, sem contestação, como um dos mestres mais abalizados da espiritualidade dos tempos modernos. Suas obras e publicações nos diversos terrenos da vida espiritual são tão numerosas quanto apreciadas. Suas obras foram traduzidas em diversos idiomas.
Para quem você indicaria este livro
Pensa num livro que é uma ascensão. Existem alguns livros que vão crescendo conforme são lidos e se transformam num gigante. É o caso deste livro, um dos melhores que li no ano, com toda certeza.
O livro foi escrito por um jesuíta que foi ordenado em 1860 e faleceu em 1912, portanto temos uma abordagem muito densa sobre a ação do Espírito Santo. Vocês sabem -- ou talvez ainda não -- o quanto sou exigente com este tema, eu tive um distanciamento muito grande do Espírito Santo por conta da abordagem que vivenciei, como sou assim -- da tranquilidade, dos livros e do chá -- o perfil daqueles que diziam que tinham "intimidade com o Espírito Santo" não batia com quem eu era. Isso me fez muito mal, mas sempre sentia que isso não estava muito certo, pois os padres do deserto não eram assim, por exemplo. Talvez você não tenha passado por isso, mas eu passei. Até que Ele mesmo cuidou de mim, apesar dos grupos e das pessoas, me mostrando um caminho que outros tantos haviam trilhado antes de mim. Há mais 10 anos consegui me desvencilhar dessas visões e me foi apresentado o tesouro da Santa Tradição. A Santíssima Virgem me auxiliou muito também, sendo ela toda calmaria e quietude, a mais repleta do Espírito Santo.
Estou dizendo tudo isso somente para dizer que este livro apresenta esta visão profunda e cotidiana da ação do Espírito Santo na nossa vida, na vida da Igreja e na vida da sociedade, uma visão madura que tanto nos falta hoje. É realmente maravilhoso! Nos leva a uma devoção real ao Espírito Santo, Ele que sustenta a Igreja, Ele que é o nosso primeiro diretor espiritual, Ele que nos transforma em quem nós somos de verdade.
Não é um livro difícil, mas também não é um livro para iniciantes, inclusive alguns capítulos são voltados para nossos queridos pais, nossos padres. Então é um livro mais rico em conteúdo, no entanto, direto e claro.
"A Igreja é o magnífico reino do Espírito Santo sobre a terra ".
" Suprimi o Espírito Santo e desaparecerão os coros dos Anjos que celebram os louvores do Senhor, e com eles suas mais nobres funções; tudo será confusão, deixando de existir leis, regras e ordem, o universo apresentará o aspecto de um exército derrotado".
Algumas citações favoritas (somente das primeiras páginas)
"Pentecostes é a festa de gala da natureza"
"[o Espírito Santo] por essência, tem uma relação particular com a Santidade... A santidade consiste primeiramente na retidão, que não é outra coisa que a própria pureza da vontade e do amor; é, na bondade e no amor, a imutabilidade, a serenidade, a firmeza, a nobreza, a sublimidade... O Espírito Santo é ... na sua essência e na sua Pessoa, a expressão da santidade de Deus".
"O Espírito Santo na Trindade é o efeito do amor do Pai e do Filho".
"Mas Deus, e consequentemente o Espírito Santo, tem também um Reino exterior e visível, onde revela sua glória e excelência, um Reino fora de si, perceptível a nossos sentidos: é a grandeza, variedade, e beleza da criação".
"A Igreja é o Reino do Espírito. Toda a honra que o Homem-Deus recebe da fé e amor dos fiéis é obra do Espírito Santo."
"O Reino Celestial será o remate e a consumação da atividade do Espírito Santo, que tem por objeto a Pessoa de Jesus Cristo e seu Corpo Místico. Esta atividade abraça assim todas as ordens da criação, todos os séculos e todos os povos, o tempo e a eternidade, e constitui a melhor prova do amor do Espírito Santo para com o Pai e o Filho, dos quais procede. A história do mundo, como a da Igreja, converte-se numa sublime cadeia de louvores, na infinita aspiração de amor deste Divino Esposo para com as outras duas Pessoas divinas".
"O Espírito santo é o autor da criação visível... é o dedo hábil e ativo que dá à criação a ordem e a admirável variedade e a conduz ao fim que se destina".
"Graças à instituição dos Sacramentos e dos Sacramentais não há na criação um só elemento importante que o Espírito Santo não transforme em manancial de bênçãos celestiais... A criação que, pela queda dos nossos primeiros pais, se tinha tornando o objeto da maldição lançada sobre nós, é agora, pelo Espírito Santo, instrumento de salvação, pois que à eficácia destes elementos sacramentais devemos nossa salvação e felicidade".
"Piedade, pureza, castidade, bondade, amor da paz, justiça, firmeza de caráter, eficácia de ação, tudo isto, no dizer das Escrituras, é uma efusão do Espírito Santo."
"O Batismo não tem por único objetivo purificar a alma, santificá-la e levá-la à adoção divina pela comunicação da graça santificante, das virtudes infusas e de todos os dons sobrenaturais, mas também e principalmente comunicar-lhe o Espírito Santo... É tal a importância do Batismo... é um filho de Deus que acaba de nascer, um príncipe do Reino Celestial; e este nascimento não é devido às leis da natureza nem à vontade dos homens, mas unicamente à infinita misericórdia de Deus".
"No Batismo recebe o homem a vida espiritual: nasce em Deus, mas reconcentra a vida em si mesmo e em tudo que a Ele se refere, torna-se filho de Deus e herdeiro do Céu, súdito e cidadão do reino Celestial. Por estes títulos é também soldado de Cristo... mas seu combate é por enquanto todo pessoal, pois não começou ainda a servir nas fileiras do exército que luta pelo bem comum de todo o povo. Na Confirmação (Crisma) é que o cristão embraça o escudo, empunha as armas e se converte em defensor da fé, não só contra os inimigos interiores, mas também contra os que exteriormente perseguem a Igreja. É então que recebe em sua alma, sinal indelével, o sinal da sua consagração a esta santa milícia e fica pertencendo verdadeiramente a Jesus Cristo e a seu Reino, não já simples súdito ou cidadão, mas soldado".
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