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A última Virtude anexa à Virtude da Temperança é a Modéstia.
A Virtude da Modéstia serve para refrear e moderar o apetite em matérias mais fáceis do que as da Temperança, da continência, da clemência e da mansidão.
Logo, a Virtude da Modéstia exerce o seu influxo sobre:
- o desejo imoderado de grandezas, de saber e aprender;
- sobre as ademanes (gestos afetados e trejeitos, gestos bruscos e inadequados)
- movimentos do corpo e a maneira de vestir.
Quando a virtude é deputada para regular os movimentos afetivos em cada uma destas matérias ganham o nome de:
- humildade (combate o desejo de grandeza),
- estudiosidade (combate o desejo de saber e aprender sem fruto ou edificação)
- modéstia (combate as ademanes, regula os movimentos do corpo e a maneira de vestir)
Virtudes anexas à Temperança por influência da Modéstia: A Humildade
A Humildade é a primeira Virtude anexa à Temperança por influencia da Modéstia.
A Virtude da Humildade inclina o homem a reprimir e disciplinar a ambição de honras e grandezas, de forma que não queira, nem procure senão as correspondentes à hierarquia em que Deus o colocou.
O vício oposto a humildade é a soberba e o orgulho.
O vício da soberba consiste em que o homem se inclina a dominar e submeter tudo ao seu capricho, considerando-se superior a tido quanto o rodeia.
É um vício especial pois tem como fim o desejo de dominar e sobressair-se, sem levar em consideração a subordinação e o respeito devidos a Deus; e é geral, porque este mesmo desejo é aproveitado por todos os outros pecados.
Este é o mais grave de todos os pecados, porque envolve desprezo direto de Deus e, neste conceito, aumenta a gravidade de todos os outros, qualquer que seja o que tenham por si mesmos.
Este foi o pecado de nossos primeiros pais, Adão e Eva. Pois, o estado de inocência era acompanhado do dom da integridade, em virtude do qual todas as potências e faculdades guardavam perfeita subordinação, enquanto o espírito permanecesse sujeito a Deus; logo, para romper o equilíbrio foi necessário que a razão sacudisse o jugo divino, obtendo uma independência que não lhe pertencia, e nisto consiste o pecado de soberba.
Os pecados do naturalismo e laicismo, tão difundidos depois da "Reforma" Protestante, da Renascença Pagã e da Revolução Francesa, são pecados de soberba, e daí provém a sua gravidade, por serem a reprodução do grito de rebelião que proferiram, primeiro, Satanás e os seus anjos, e, depois, os nossos primeiros pais.
Baseado no Catecismo da Suma Teológica de São Tomás