Livro de Jonas: Visão Geral

by - julho 26, 2021

 

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Livro de Jonas


O Livro de Jonas fala foi tido como o profeta Jonas, filho de Amitai, que profetizou no Reino de Israel Setentrional, no século VII, no reinado de Jeroboão II. (Jonas 1,1; II Reis 14, 25). Jeroboão II foi o 13º rei de Israel, sucedendo a seu pai Joás ou Jeoás e foi o penúltimo rei da casa de Jeú. Ele reinou durante 41 anos (destes 41 anos, onze foram junto com seu pai como co-regente), sucedendo-lhe o filho Zacarias. No seu reinado, Jeroboão II havia vencido os arameus (e reconquistou à Damasco e partes de Hamate e também estendeu Israel até seus primeiros limites, desde a "entrada de Hamate" até o "mar da Planície".

Enquanto isso, ainda no seu reinado, o profeta Jonas, filho do profeta Amitai, exerceu seu ministério trazendo uma mensagem de restituição dos territórios de Israel anteriormente perdidos. Além, de Jonas, o profeta Amós falou a seu respeito condenando a atitude do povo de confiar nas suas próprias riquezas. O livro de Oseias também relata uma série de profecias a respeito do seu reinado em Israel.

A Assíria, inimiga do povo de Israel de longa data, era império dominante aproximadamente entre 885 e 665 a.C.. Segundo o relato, parece evidente que a agressividade militar assíria era mais fraca durante o tempo de Jonas. Além disso, o Rei Jeroboão II foi capaz de reivindicar áreas da Palestina desde Hamate até o Mar Morto, como teria sido profetizado por Jonas.

Por outro lado, outros estudos indicam que se trata de um escrito posterior ao Exílio na Babilônia, escrito no séc V, a.C (ou mesmo posterior), e que o livro de Jonas é considerado profético unicamente porque em 2Rs 14, 25 se menciona um profeta com o mesmo nome.

Tal tese baseia-se no fato de que seu estilo e tema diferem muito dos outros livros proféticos, que em geral são escritos em verso. Enquanto os profetas ameaçam as nações pagãs, o livro de Jonas relata a conversão dos ninivitas e anuncia a misericórdia a esse que foi um dos povos mais odiados por Israel. Os profetas estão solidamente enraizados na situação político-social; Jonas parece estar solto no ar.

Portanto, o livro de Jonas seria um escrito sapiencial, não pertencendo ao gênero histórico, mas ao gênero parabólico, uma espécie de novela para ilustrar o tema da misericórdia de Javé, que não é um Deus nacional, mas um Deus de toda a humanidade; ele quer que todos se convertam, para que tenham a vida (4:2).

O livro rompe com uma interpretação estreita da profecia contra as nações feitas por outros profetas, afirmando que profecias são condicionais, pois Deus quer a conversão das nações e não sua destruição.


A história do peixe tornou famoso o livro, pois os evangelhos celebrizam a figura e aventura de Jonas como sinal da morte e ressurreição do Nosso Senhor Jesus: assim como Jonas ficou três dias no ventre do peixe, Jesus vai ficar três dias no ventre da terra; depois ressuscitará, como Jonas voltou à luz do dia (Mt 12, 39-41 e paralelos). A obra nasceu no pós-exílio, quando o povo judeu estava se fechando num exagerado nacionalismo exclusivista (cf. Esd 4, 1-3; Ne 13, 3), bem refletido na mesquinhez do justo Jonas. Por outro lado, os caminhos de Deus são diferentes dos caminhos dos homens: Deus quer salvar também os inimigos, os pagãos de Nínive, capital da Assíria, modelo de crueldade e opressão contra o povo de Israel. Deus não quer que suas criaturas se percam (cf. Sb 1, 12ss) e para ele ninguém está irremediavelmente perdido (cf. Ez 18, 23;32; Lc 15).


Nínive




Na Bíblia, Nínive é primeiramente mencionada em Gênesis 10, 8-11:


" E Cuxe gerou a Ninrode; este começou a ser poderoso na terra."
" E este foi poderoso caçador diante da face do Senhor; por isso se diz: Como Ninrode, poderoso caçador diante do Senhor."
" E o princípio de seu reino foi Babel, Ereque, Acade e Calné, na terra de Sinar." 
"Desta mesma terra saiu à Assíria e edificou a Nínive, Reobote-Ir, Calá”.


Apesar do Livro de Reis e o Livro de Crônicas falarem bastante sobre o Império Assírio, Nínive não é notada até os dias de Jonas, quando é descrita (Jonas 3,3; 4,11) como uma “cidade excessivamente grande com três dias de jornada”, provavelmente em circuito. Isso daria uma circunferência de aproximadamente 100 quilômetros. É também possível que se tomasse três dias para cobrir todas a proximidade andando, o que iria estar de acordo com o tamanho da Antiga Nínive. As ruínas de Kouynjik (Nimrud), Karamles e Khorshabad formam os quatro cantos de um quadrângulo irregular. As ruínas de Nínive, com toda a área incluindo o paralelograma que elas formam por linhas desenhadas de uma a outra, são geralmente vistas como consistindo desses quatro cantos. O livro de Jonas retrata Nínive como uma cidade cruel merecedora da destruição. Deus manda Jonas para profetizar contra a cidade, e os ninivitas se arrependem. Como resultado, Deus poupa a cidade; quando Jonas protesta contra isso, Deus afirma que ele está demonstrando piedade pela população que ignora a diferença entre o certo e o errado.)

Nínive era a florescente capital do império Assírio (2Reis 19, 36); e foi, ostensivamente, a casa do Rei Senaqueribe, Rei da Assíria, durante o reinado bíblico do rei Ezequias e da carreira profética de Isaías. De acordo com as escrituras, Nínive foi também o lugar onde Senaqueribe morreu nas mãos de seus dois filhos,após derrota de seu numeroso exercito(segundo a bíblia por apenas um anjo enviado por Deus [2Cr 32, 21] seus filhos fugiram para a terra de Ararate (a mais alta montanha da Turquia, a tradição judaico cristã diz que a Arca de Noé atracou nas Montanhas de Ararate após o dilúvio). O livro do profeta Naum é quase exclusivamente uma coleta de denúncias e profecias contra essa cidade.


A grandeza de Nínive teve duração curta. Por volta do ano 633 a.C. o Segundo império Assírio começou a mostrar sinais de fraquezas, e Nínive foi atacada pelos medos, que por volta do ano 625 a.C., aliaram-se aos caldeus e sussianos, e a atacaram novamente. Nínive caiu em 612 a.C., e foi arrasada até o chão. O povo na cidade, que não pôde escapar para as últimas fortalezas assírias no oeste, foi massacrado ou deportado. Muitos esqueletos não enterrados foram encontrados por arqueólogos no sítio. O Império Assírio então acabou, e os Medos e Babilônios dividiram suas províncias entre si.


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