Catequese com Contos Medievais 3: O Monge e a sua curiosidade

by - agosto 13, 2021

 

Catequese com Contos 3 o monge e a sua curiosidade



CONTO

 O Monge e a sua curiosidade


Vivia um monge no silêncio de seu mosteiro. Era sábio e santo. Permitiu Deus que uma curiosidade perturbasse a paz de sua alma: "Qual será atualmente no mundo - perguntava-se - das almas a mais santa?" "E a mais sábia e mais feliz, qual será?". 

Estava no coro, às primeiras horas da manhã, orava e dirigia a Deus a mesma pergunta: "Senhor, das almas que vivem agora neste mundo, qual será a mais santa, mais sábia e mais feliz?". Ouviu uma voz que lhe dizia: "Vai ao pórtico da igreja e ali te dirão qual é". 

O monge pôs o capuz na cabeça, meteu as mãos nas largas mangas do hábito e atravessou os claustros silenciosos. Chegou ao pórtico. Um pobre ali estava. Passara a noite estendido num banco de pedra e naquele momento espreguiçava-se, benzia-se. 

- Bom dia, irmão disse-lhe o monge. 

- Bom dia, respondeu o mendigo com rosto alegre e em tom de entusiasmo. 

- Irmão, replicou o monge, pelo que vejo estás contente. 

- Sempre estou contente. 

- Sempre? Então és um homem feliz?

- Muito feliz respondeu o humilde mendigo. 

- Feliz?... não creio. Dize-me: Quando tens fome e pedes esmola e não recebes... és feliz?

- Sim, padre, sou feliz, porque penso que Deus, meu Pai, quer que eu passe um pouco de fome. Ele também passou. Mas Deus é muito bom para mim; nunca me falta um pedaço de pão. 

- Dize-me - prosseguiu o monge - quando está nevando no inverno e tu, tremendo de frio, vais de porta em porta, como um passarinho que salta de um galho para outro, és feliz? 

- Sim, padre, muito feliz, porque penso: é Deus, meu Pai, que quer que passe um pouco de frio, pois também ele passou frio. Aliás, nunca me falta um palheiro, onde passar a noite. 

Estava o monge admirado... contemplando-o de alto a baixo, disse: 

- Tu me enganas... não és pobre.

Sorriu o mendigo e respondeu: 

- Não, Padre, eu não sou um pobre. 

- Logo vi. . . Então, quem és? 

- Padre, disse o outro, sou um rei que viajo incógnito por este mundo. 

- Um rei?... Um rei?... E qual é o teu reino?

 - Meu reino é o meu coração, onde mando sobre minhas paixões! Tenho, porém, um reino muito maior. Vê o senhor esse céu imenso, tem visto o sol, as estrelas, o firmamento? Tudo isso é de Deus, meu Pai. Todos os dias ponho-me de joelhos muitas vezes e digo: "Pai nosso que estais nos céus, como sois grande, como sois sábio, como sois poderoso! Não vos esqueçais deste pobre filho que anda por este mundo. Creia-me: Quando chegar a morte, despirei estes andrajos e voarei para o céu, onde verei a Deus, meu Pai, e com Ele reinarei pelos séculos dos séculos". 

O monge não perguntou mais. Baixou a cabeça e voltou ao coro; estava convencido de ter encontrado o homem mais santo, mais sábio e mais feliz neste mundo. 

Do livro: Tesouro de Exemplos.




CATEQUESE


Um povo de Sacerdotes, Profetas e Reis


Agora, pois, se obedecerdes à minha voz, e guardardes minha aliança, sereis o meu povo particular entre todos os povos. Toda a terra é minha, mas vós me sereis um reino de sacerdotes e uma nação consagrada. Tais são as palavras que dirás aos israelitas (Ex 19, 5-6).


O espírito do Senhor repousa sobre mim, porque o Senhor consagrou-me pela unção […]; virão estrangeiros apascentar vosso gado miúdo, gente de fora vos servirá de lavradores e vinhateiros; a vós chamar-vos-ão sacerdotes do Senhor, de ministros de nosso Deus sereis qualificados (Is 61, 1-6).


Vós, porém, sois uma raça escolhida, um sacerdócio régio, uma nação santa, um povo adquirido para Deus, a fim de que publiqueis as virtudes daquele que das trevas vos chamou à sua luz maravilhosa (1Pd 2, 9).


[…] da parte de Jesus Cristo […], que nos ama, que nos lavou de nossos pecados no seu sangue e que fez de nós um reino de sacerdotes para Deus e seu Pai (Ap 1, 5-6).



Pelo Batismo nos tornamos Sacerdotes, Profetas e Reis.


PROFETA: Aquele que fala em nome de Deus. A sua tarefa básica, no Velho Testamento, era aquela de anunciar a vontade de Deus ao povo. Na Igreja, em nossos dias a missão do Profeta continua a mesma: ser a voz que anuncia o Senhor, que quer o bem, a justiça e amor, mas também, o Profeta e chamado a denunciar o pecado, a injustiça, os desmandos e tudo o que é mal.


SACERDOTE: Todos, pelo Batismo, somos também Sacerdotes. Participamos do sacerdócio comum dos fiéis. E junto com o Sacerdote Ordenado apresentam-se a Deus as nossas orações. Participamos do Sacrifício Eucarístico de Jesus que se renova em cada altar da santa missa. Sim, porque não existe sacerdócio sem Sacrifício.


REI: É aquele que se põe a serviço. Na Igreja, quem exerce a função de liderança, não fica esperando favores, ao contrário, serve. Somos reis quando praticamos a caridade, quando ajudamos a Igreja, quando nos sentimos participantes ativos de nossa comunidade de fé.


CONCLUSÃO: Todos nós, porque um dia fomos batizados, somos Sacerdotes, porque participamos do sacerdócio comum dos cristãos; somos, igualmente, Profetas do Reino e, ainda, somos Reis, porque temos a dignidade da unção batismal. Todos torna-nos iguais na mesma vocação.


Os padres ordenados são consagrados para exercerem com autoridade e poder, com o Sacramento da Ordem e em nome de Cristo e da Igreja, serem Sacerdotes, Profetas e Reis em plenitude.


É assim que Jesus quis: “Um povo santo e sacerdotal, uma raça eleita, sacerdócio real, nação santa, povo adquirido por Deus para anunciar os seus louvores” (1 Pedro 2, 4-10).




O Vício da Curiosidade


A Virtude da Estudiosidade é a segunda virtude anexa á Temperança por influência da Virtude da Modéstia (primeira é a Humildade), ela preside e modera a afeição ao estudo e ao desejo de saber. 

As virtudes anexas são as virtudes morais que estão diretamente ligadas a uma das quatro virtudes cardeais. Elas giram em torno das cardeais abrindo um leque de riquezas na alma, que se torna capaz de agir bem. Além disso, essas virtudes preparam a alma para os atos mais elevados que são próprios às virtudes cardeais e teologais. Por prepararem a alma são mais fáceis que as virtudes cardeais ou teologais. 



vício oposto à Virtude da Estudiosidade é a Curiosidade, este vício consiste no desejo imoderado de saber o que nos não interessa (saber por saber), ou que nos pode ser prejudicial. Este pecado é cometido com bastante frequência; quer na aquisição de toda classe de conhecimentos, quer na aquisição daqueles que só podem servir para procurar prazeres para os sentidos e fomentar as paixões. 

Portanto, é pecado de curiosidade assistir de forma desmedida (em excesso, sem limites de tempo e padrão de qualidade) à leitura, principalmente novelas e romances que incitam a sensualidade, assistir à festas profanas e espetáculos de teatro, cinema e outros da mesma categoria, já que costumam ser também pecado de luxúria  e sensualidade. 








"Lembre-se: o que você acessa com um clique, não foi feito com um clique". Ana Paula Barros





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