Resumão: Livro de Ageu

by - quarta-feira, outubro 06, 2021


Visão Geral: Livro de Ageu



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Livro de Ageu


Ageu, foi um profeta hebreu e contemporâneo de Esdras, Neemias e Zacarias. Sua mensagem foi de exortação e motivação a respeito da restauração de Jerusalém e seu Templo. Possui quatro principais mensagens do Senhor para os judeus que retornaram do exílio em Babilônia. São fortes repreensões devido ao descaso na reconstrução do Templo.

Escrito entre o final de agosto e meados de dezembro de 520 AC , cerca de 17 anos depois do retorno dos judeus do exílio, quando ainda não se completara a construção do Templo. O profeta Ageu, indicava que o povo estava se preocupando com as próprias vidas e esquecendo do principal - a casa de Deus. Este livro frisa a importância nas obras de Deus e que Ele deve estar sempre em primeiro lugar, na vida e nas obras das pessoas.

No ano 538 AC, quando os judeus voltaram do Exílio da Babilônia, a situação de Judá e de Jerusalém era deplorável: cada um procurando se defender sozinho, sem nenhum interesse em formar a unidade que lhes desse a característica de povo. Mesmo aqueles que voltaram do exílio estavam preocupados em construir a própria casa, plantar a sua roça, vender as suas mercadorias, mais do que restabelecer a dignidade nacional. Um leigo (Zorobabel) e um sacerdote (Josué) procuram reunir esse povo e reconstruir Jerusalém e o Templo, a fim de reestruturar o povo judeu.

No ano 520 AC o profeta Ageu entra em cena para encorajar os compatriotas. Suas exortações têm como eixo o seguinte tema: se o Templo for reconstruído, tudo vai melhorar, pois Deus habitará de novo no meio deles e espalhará as suas bênçãos.


Segundo o Introdução Geral e Especial aos Livros do Antigo e do Novo Testamento dos professores de Exegese da Liga de Estudos Bíblicos de 1950

Ageu, tanto na sua profecia, como em Esdras é simplesmente designado como profeta, sem que se indique a sua filiação. O seu nome (Chaggai) significa "festivo" ou solene. A Ageu são atribuídos muitos salmos nas respectivas inscrições do saltério, sendo de notar todavia que essas indicações são de data posterior e que variam muito nas diversas traduções antigas como LXX, na siríaca e na Vulgata. É possível que esses salmos tenham sido introduzidos no culto por sua intervenção. 

Se pouco sabemos da pessoa de Ageu, estamos inteirados acuradamente sobre a data de suas profecias que foram feitas no segundo ano de Dario I* o qual reinou de 521-486. Existe a possibilidade que Ageu tenha nascido em Jerusalém antes do exílio, tendo sido deportado ainda jovem, no caso ele se inclui entre aqueles que tinham conhecido o Templo de Salomão e já teria então, quando profetizou, a idade de 80 a 90 anos. Mais provável é que tenha nascido na Babilônia. Em todo o caso, acompanhou um dos primeiro grupos de israelitas que, guiados por Zorobabel, voltaram à Palestina, depois do edito de Ciro (538) que permitia a reedificação do templo de Jerusalém e restituía aos judeus os vasos desse santuário. 

Aconteceu que os primeiros israelitas que tornaram à pátria, cheios de zelo, começaram logo a reconstrução do templo, mas sobrevieram muitas dificuldades tanto em consequência do estado precário em que viviam, como pela má vontade dos habitantes de Samaria e de outros lugares vizinhos. A consequência foi que caíram em lamentável desânimo e indolência. Quanto sabemos, Zorobabel, nomeado pelos persas, era o chefe civil do povo; ao seu lado exercia a função de sumo sacerdote um hebreu chamado Jesus. A estes dois é que tanto Ageu como Zacarias se dirigem, exortando-os, a eles e ao povo, a continuarem a construção do Templo. 


Sobre o caráter messiânico de 2, 6-9: a tradição dos Santos Padres assegura-nos que esse oráculo contem profundo sentido messiânico: a glória do reino universal e teocrático do Messias. Basta aliás compará-lo com os oráculos de tantos profetas antes do exílio e com Zacarias, para certificar-nos que Ageu ensina as mesmas esperanças a Israel: as nações de todo o orbe reconhecerão as prerrogativas do Messias, irão imolar no seu templo e fruirão de sua paz perfeita. 

Mas, questiona-se: Ageu nesse passo refere-se expressamente a pessoa do Messias? Na Vulgata e em muitas traduções que dela dependem lê-se (v. 7): "e virá do desejado (desideratus) de todas as nações". A palavra desuteratus corresponde ao grego (da Sentuaginta) ekletá que significa "as coisas escolhidas" ou as melhores coisas, as coisas desejáveis. Em hebraico o termo chemdat tem sentido de tesouros  e riquezas (ou o desejo). Os comentadores gregos viam nesse ekletá a conversão da elite das nações ao cristianismo. Compreende-se a tradução latina da Vulgata, atendendo-se ao processo assaz familiar a São Jeronimo de substituir uma forma abstrata por uma mais concreta, para assim acentuar o momento messiânico do texto. No caso é evidente que todo o contexto e o paralelismo exigem sentido primário do termo hebraico: riquezas. Conclusão: Ageu não menciona propriamente o Messias, mas refere-se a sua era.


*Dario I, cognominado o Grande, foi o terceiro rei do Império Aquemênida. Governou o império durante o seu auge, quando ele compreendia boa parte da Ásia Ocidental, o Cáucaso, Ásia Central, partes dos Bálcãs (Bulgária-Romênia-Panônia), regiões do norte e nordeste da África, incluindo o Egito (Mudrâya), o leste da Líbia, o litoral do Sudão e a Eritreia, bem como a maior parte do Paquistão, as ilhas do mar Egeu e o norte da Grécia, a Trácia e a Macedônia.

Dario assumiu o trono após derrubar um usurpador chamado Bardia (Gaumata), supostamente um mago, com o auxílio de seis outras famílias nobres persas; foi coroado na manhã seguinte. O novo rei se deparou com revoltas por todo o reino, e conseguiu reprimi-los. Um dos grandes acontecimentos na vida de Dario foi a sua expedição para punir as cidades-estado de Atenas e Erétria por seu papel na Revolta Jônica, e subjugar a Grécia. Dario expandiu seu império após conquistar a Trácia e a Macedônia e invadir a Cítia, terra natal dos citas, uma tribo nômade que havia invadido a Média anteriormente e assassinado Ciro, o Grande.

Dario organizou o império, dividindo-o em províncias (satrapias), e colocando sátrapas para governá-las. Organizou um novo sistema monetário unificado, e fez do aramaico o idioma oficial do império. Também instituiu projetos de construção por todo o império, especialmente em Susa, Pasárgadas, Persépolis, Babilônia e no Egito — onde também foi responsável pela codificação das leis. Dario também é lembrado por ter gravado num penhasco a célebre Inscrição de Beistum, uma autobiografia de grande importância linguística. Entre os colossais projetos arquitetônicos pelos quais foi responsável, estão os magníficos palácios de Persépolis e Susa.

Seu sonho era conquistar a Grécia, criou as guerras médicas, mas na Batalha de Maratona fracassou, morreu de causas naturais e deixou o trono para seu filho Xerxes I (que é o rei da batalha contra os 300 de esparta e seria também o "Assuero" do livro de Ester). Dário contava com um exército altamente treinado, que se distribuía pelo império, dispondo mais de 100 mil homens em diferentes pontos do território.






Ana Paula Barros

Especialista em Educação Clássica e Neuro Educação pela Pontifícia Universidade Católica. Graduada em Curadoria de Arte e Produção Cultural pela Academia de Belas Artes de São Paulo. Professora independente no Portal Educa-te (desde 2018). Editora-chefe da Revista Salutaris e autora dos livros: Modéstia (2018), Graça & Beleza (2025). 

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