Resumão: Livro de Zacarias

by - outubro 06, 2021

 

Profeta Zacarias por Michelangelo, Capela Sistina, Vaticano



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Livro de Zacarias


Ele foi contemporâneo de Ageu (Esdras 5, 1). Com Ageu, ele foi chamado para despertar os judeus que retornaram, para completar a tarefa de reconstruir (Esdras 6,14). Como filho de Baraquias, filho de Ido, ele era de umas das famílias sacerdotais da tribo de Levi. Ele é um dos mais messiânicos dos profetas do Antigo Testamento, dando referências distintas e comprovadas sobre a vinda do Messias.

Ele foi um profeta do Reino de Judá, e foi o décimo primeiro profeta dos doze profetas menores. Conforme Ezequiel, ele foi um profeta do exílio. Ele descreveu a si mesmo (Zacarias 1,1) como "o Filho de Baraquias." Em Esdras, foi chamado "o filho de Ido," que foi na realidade seu avô. Sua carreira profética iniciou-se no segundo ano de Dario I*, Rei do Império Aquemênida (520 a.C.), cerca de seis anos antes do primeiro grupo que retornou do exílio babilônico.

*Dario I, cognominado o Grande, foi o terceiro rei do Império Aquemênida. Governou o império durante o seu auge, quando ele compreendia boa parte da Ásia Ocidental, o Cáucaso, Ásia Central, partes dos Bálcãs (Bulgária-Romênia-Panônia), regiões do norte e nordeste da África, incluindo o Egito (Mudrâya), o leste da Líbia, o litoral do Sudão e a Eritreia, bem como a maior parte do Paquistão, as ilhas do mar Egeu e o norte da Grécia, a Trácia e a Macedônia.

Dario assumiu o trono após derrubar um usurpador chamado Bardia (Gaumata), supostamente um mago, com o auxílio de seis outras famílias nobres persas; foi coroado na manhã seguinte. O novo rei se deparou com revoltas por todo o reino, e conseguiu reprimi-los. Um dos grandes acontecimentos na vida de Dario foi a sua expedição para punir as cidades-estado de Atenas e Erétria por seu papel na Revolta Jônica, e subjugar a Grécia. Dario expandiu seu império após conquistar a Trácia e a Macedônia e invadir a Cítia, terra natal dos citas, uma tribo nômade que havia invadido a Média anteriormente e assassinado Ciro, o Grande.

Dario organizou o império, dividindo-o em províncias (satrapias), e colocando sátrapas para governá-las. Organizou um novo sistema monetário unificado, e fez do aramaico o idioma oficial do império. Também instituiu projetos de construção por todo o império, especialmente em Susa, Pasárgadas, Persépolis, Babilônia e no Egito — onde também foi responsável pela codificação das leis. Dario também é lembrado por ter gravado num penhasco a célebre Inscrição de Beistum, uma autobiografia de grande importância linguística. Entre os colossais projetos arquitetônicos pelos quais foi responsável, estão os magníficos palácios de Persépolis e Susa.

Seu sonho era conquistar a Grécia, criou as guerras médicas, mas na Batalha de Maratona fracassou, morreu de causas naturais e deixou o trono para seu filho Xerxes I (que é o rei da batalha contra os 300 de esparta e seria também o "Assuero" do livro de Ester). Dário contava com um exército altamente treinado, que se distribuía pelo império, dispondo mais de 100 mil homens em diferentes pontos do território.


Há indícios no Targum das Lamentações de que "Zacarias filho de Ido" teria sido morto no Templo, apesar de os estudiosos acreditarem ser esta uma referência para personalidade bíblica Zacarias filho de Jeoiada. Em Mateus 23, 35, O Senhor Jesus informa que Zacarias, filho de Baraquias, foi morto entre o santuário e o altar.


Segundo o Introdução Geral e Especial aos Livros do Antigo e do Novo Testamento dos professores de Exegese da Liga de Estudos Bíblicos de 1950:
 
O próprio Zacarias no início de sua profecia (I,I), como o fazem geralmente os profetas, esclarece-nos sobre a sua pessoa, apresentando-se como "filho de Baraquias e neto de Ado (ou Ido)". Esse Ado é provavelmente o mesmo que ocorreu nas listas de Neemias (12, 4-16): era um judeu, pertencente à hierarquia sacerdotal, que , atendendo ao edito de Ciro, voltou a Babilônia à sua pátria. Seu nome, aliás muito frequente entre personagens bíblicos significa "aquele que se lembra de Javé" ou "o lembrado de Javé". Em Mt 23, 35 lemos as palavras de Jesus Cristo sobre um Zacarias, filho de Baraquias, que foi "morto entre o templo e o altar". Era natural que se pretendesse aplicar estas palavra ao nosso profeta. Entretanto, como São Jerônimo atesta, num Evangelho aramaico, usado pelos Nazarenos, lia-se que esse Zacarias era filho de Jojadá. Daí em Mt 23, 35 atual deve haver um engano e devemos atribuí-lo ao profeta Zacarias citado em 2 Crônicas 24, 20, 23 que foi realmente morto nos átrios do templo.


Zacarias foi contemporâneo de Ageu. Esdras que os cita várias vezes nomeia Zacarias sempre depois de Ageu, indicando ser este mais velho. Como Ageu, também Zacarias data exatamente as suas profecias pelo reinado dos Persas, então senhores da Palestina. A sua primeira profecia foi feita no oitavo mês do segundo ano do reinado de Dario I (521-486) e a segunda no quanto ano do mesmo monarca. A sua época se caracterizava pela inúmeras dificuldades civis e religiosas com que os israelitas lutavam. A religião de Javé em particular, de um lado, florescia, já não havendo outros cultos prestados a ídolos entre o povo. De outro lado, porém, os israelitas mostravam-se remissos e negligentes, necessitando das exortações calorosas que Zacarias em nome de Deus lhes faz nestas profecias. 

São Jerônimo, no seu prologo, caracteriza de "obscuríssimo" o livro de Zacarias, epíteto este em parte merecido pelo seu estilo apocalíptico e pela má conservação do texto. 





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