'Eu procurarei, escreveu duma feita, ser modelo de mansidão, de doçura, de caridade e de humildade. Repararei cada falta por uma redobrada atenção, para evitá-las, e procurarei, todos os dias, ocasião de praticar as virtudes'.
INTRODUÇÃO
A intenção desse artigo é contar sucintamente a história do Beato Contardo Ferrini, e posteriormente de outros Leigos Celibatários, visando divulgar e difundir entre os membros da Igreja essa vocação legítima e extremamente nutritiva para o Corpo Místico de Cristo. No entanto, não é o objetivo que tais histórias permaneçam na internet, a vida desses santos consagrados, na maioria jovens, devem ser anexados nas formações de jovens, retiros e direções espirituais e qualquer ato que tenha por objetivo apresentar as possibilidades de vocação que o Espírito Santo é capaz de gerar. A Igreja é o império do Espírito Santo e podemos ver a multiplicidade de seus dons, de seus caminhos, de sua Bondade na vida das pessoas que buscaram a santidade, cada uma em seu estado de vida.
E mesmo que você não se sinta chamado ao Celibato, mesmo que quera se casar, devo lembrar que você provavelmente terá filhos, de sangue ou adotivos, sobrinhos, afilhados e eles podem ser chamados, cabe a você saber enriquecer a vida deles de histórias reais e profundamente maravilhosas, cabe a você também acolher a vocação dos seus "pequenos" quando forem chamados e para isso você precisa ter bagagem, só assim poderá reconhecer a graça quando ela chegar ou até mesmo poderá pedir por essa graça na sua família.
A História
Filho de Ricardo Ferrini e de Luísa Buccellati, um casal muito católico, Contardo era um jovem de memória prodigiosa. Estudioso, chamavam-lhe o Aristóteles. Aprendia tudo o que lhe ensinavam com a maior facilidade. Um dia, apareceu pela Ambrosiana, a pedir ao prefeito da biblioteca que lhe ensinasse o hebreu. Estudou o hebreu, e depois o siríaco, o sânscrito e o copta.
Em Pavia, em 1876, com 17 anos, começou o curso de Direito. Ali, o abade Buccellati, seu tio, ministrava o direito penal. Dos colegas debochados, dos ditos obscenos, dos risos que as ordinarices provocavam, o jovem Ferrini fugia, atormentado. Trazia o cilício sempre bem apertado e procurava o confessionário todos os dias.
Em 1881, fez um voto de castidade. Um dia, um colega apontou-lhe duas jovens irmãs, bastante bonitas, de boa família, e, pois, óptimos partidos. Qual delas escolheria Contardo? O jovem respondeu:
– Eu sou pela terceira, ainda por nascer.
Em Junho de 1880 defendeu, brilhantemente, em Pavia, a sua tese – uma dissertação latina que girava em torno da importância de Homero e de Hesíodo para a história do direito penal – tese que lhe valeu uma bolsa de viagem. (...)
Do professorado, Contardo fez o seu sacerdócio. Foi mestre sempre compenetrado, sério, grande estudioso, que não procurou matérias que levam ao sucesso fácil, mas o direito penal romano e o direito bizantino. Nesta última disciplina, foi quase que um iniciador na Itália. (...)
Assistindo à Missa todos os dias, diante do tabernáculo, Contardo, a orar, chegava ao êxtase.
Aos Domingos, se o procuravam em casa, o porteiro avisava:
– Não é fácil, em dias de festa, achar o professor em casa. Não! Está sempre na igreja, onde tem tanta coisa para fazer!
Terciário franciscano, desde 1886, Ferrini era doce, humilde, paciente, sempre procurando a perfeição.
'Eu procurarei, escreveu duma feita, ser modelo de mansidão, de doçura, de caridade e de humildade. Repararei cada falta por uma redobrada atenção, para evitá-las, e procurarei, todos os dias, ocasião de praticar as virtudes'.
Depois:
'Durante o dia, farei uma visita a Jesus no Santo Sacramento, lembrando-me do seu amor, da sua ternura e da sua doçura inefáveis: a Ele irei em espírito de afectuosa confiança e de humildade. Permanecerei unido a Ele todo o dia com frequentes aspirações e uma grande pureza de intenção. A caridade espiritual para com os outros será meu primeiro cuidado; hei de ser humilde e afável. Falando de Deus aos outros, rogarei a Ele que termine a minha obra com a sua acção inefável'.
De real espírito de pobreza, Ferrini era verdadeiramente indiferente pelo dinheiro. Professor em Pavia, hospedara-se na casa da irmã. Metódico, levantava-se às cinco horas e meia, invariavelmente. Ao final das aulas, depois de atender às perguntas dos alunos, sempre a rodeá-lo, tornava a pé para casa.
Contardo Ferrini faleceu aos 43 anos, em 1902. Foi o tipo do homem que mostrou, e de modo cabal, que a ciência e a religião não são incompatíveis. Beatificado em 1947.
Pe. René François Rohrbacher in 'Vidas dos Santos' (Volume XVIII) - Editora das Américas (São Paulo), 1961, pp. 292-294 - retirado do site Senzala Pagare.
Oração: Concedei-nos, Senhor altíssimo, a graça de sermos sempre prontos na defesa dos santos mistérios de Deus. Derramai sobre nós a graça da inteligência e da compreensão de tudo que seja do vosso agrado, segundo o carisma de São Contardo Ferrini. Amém.
INTRODUÇÃO
A intenção desse artigo é contar sucintamente a história da Venerável Carla Ronci, e posteriormente de outros Leigos Celibatários, visando divulgar e difundir entre os membros da Igreja essa vocação legítima e extremamente nutritiva para o Corpo Místico de Cristo. No entanto, não é o objetivo que tais histórias permaneçam na internet, a vida desses santos consagrados, na maioria jovens, devem ser anexados nas formações de jovens, retiros e direções espirituais e qualquer ato que tenha por objetivo apresentar as possibilidades de vocação que o Espírito Santo é capaz de gerar. A Igreja é o império do Espírito Santo e podemos ver a multiplicidade de seus dons, de seus caminhos, de sua Bondade na vida das pessoas que buscaram a santidade, cada uma em seu estado de vida.
E mesmo que você não se sinta chamado ao Celibato, mesmo que quera se casar, devo lembrar que você provavelmente terá filhos, de sangue ou adotivos, sobrinhos, afilhados e eles podem ser chamados, cabe a você saber enriquecer a vida deles de histórias reais e profundamente maravilhosas, cabe a você também acolher a vocação dos seus "pequenos" quando forem chamados e para isso você precisa ter bagagem, só assim poderá reconhecer a graça quando ela chegar ou até mesmo poderá pedir por essa graça na sua família.
"Os santos deixam rastro, os outros fazem barulho.
Proclamada Venerável pelo Papa São João Paulo II, em 1997, a sua causa de beatificação corre rapidamente, no rastro de uma devoção popular iniciada logo após a sua morte - tanta era a fama de santidade - e com um rico corolário de testemunhos e publicações a ela dedicadas, sinal de que a jovem apóstola de Rimini de rastros deixou muitos.
Carla Ronci nasceu em Torre Pedrera, perto de Rimini (Itália), no dia 11 de abril de 1936, primeira de três filhos. Os pais tinham um negócio de frutas e verduras. Depois das escolas elementares (ensino básico), foi trabalhar com os pais na loja deles e aprendeu o ofício de corte e costura. Até os catorze anos era uma garota como tantas outras, uma adolescente que gostava da companhia dos amigos e de seu ofício de costureira. Um disco de música, um bailinho, um filme eram a sua alegria. Lia gibis, fotonovelas, romances policiais. Tinha uma vivacidade interior explosiva, sempre pronta a correr para onde havia diversão.
Mas um dia... era o ano de 1950, proclamado Ano Santo por Papa Pio XII, fazia frio lá fora. Carla observava as irmãs de sua cidadezinha, saindo, como todos os dias, faça chuva ou faça sol, para ir à Missa, recolhidas, doces, serenas. Carla começou a se questionar: "Mas, por quê? Por causa de quem? Porque são tão felizes?" Naquela noite, debruçada na janela de seu quarto, olhando para fora, ela ficou impressionada com um acontecimento: "Enxerguei um vulto e o sorriso de um olhar nunca visto". É ela mesma quem conta: "No coração senti um convite: tive horror de mim mesma. Olhando para trás, vi meus catorze anos vividos sem verdadeira alegria...".
No dia seguinte, foi à igreja, enquanto o padre celebrava a Santa Missa. Carla revê o "vulto" da noite anterior: Jesus!
Tentou rezar como sabia e, voltando para casa, traçou os primeiros planos para uma "vida nova", diferente. Jesus lhe pareceu como Aquele que, Único, merecia o dom de sua juventude e de sua vida.
Então, ela livrou-se de tudo aquilo que havia procurado até então: nada mais de bailes frívolos, basta de filmes tolos, chega de gastar dinheiro apenas para se divertir. A mãe notou que Carla mudava, era mais atenciosa em casa, mais disponível ao trabalho e ao sacrifício. Sempre alegre, mas de uma alegria nova, mais profunda, mais verdadeira.
Foi se confessar. Escolheu um sacerdote que guiasse a sua alma. Abriu seu coração a Deus: sentia que Ele era a Luz, a alegria, a vida. Iniciava nela uma divina inundação de amor.
Continuou a trabalhar em casa e na loja, mas pediu permissão para dar uma pequena contribuição à paróquia, e se colocou à disposição das atividades pastorais. A Ação Católica pôs à sua disposição seu campo de serviço. Lia os livros de formação à fé; e antes de tudo lia os Evangelhos. Após algum tempo, tornar-se assistente das meninas, depois das aspirantes e, em fim, delegada paroquial. Havia descoberto Jesus como a única alegria da vida. Havia sido assaltada por uma sede de fazer o bem a todos.
Encaminhava-se para os vinte anos e era muito bonita. Muitos jovens lhe faziam a corte, e ela era sensível ao amor. Mas, cada dia mais, Jesus ganhava espaço nela. Por isso, Carla rejeitou vários pedidos de namoro e desejou viver um "amor esponsal" com Jesus, tornando-se uma pessoa consagrada a Ele. O coração reclamava seus direitos, mas ela não se importava com isso: dois mil anos antes, Jesus havia dado a si mesmo por ela na Cruz. E, assim, com firme decisão, rejeitou todo amor humano, porque Um só para ela era o amor: Jesus Cristo, profundamente amado. Por isso, começou a buscar qual fosse para ela a vontade de Deus. O confessor lhe permitiu de fazer os votos privados, aos quais acrescentou um detalhado programa de vida. Mas Carla ainda não estava satisfeita. Em outubro de 1958, abre um laboratório de corte e costura para moças.
Aos 24 anos, atravessa o portal do convento das Ursulinas de Gaudino, perto de Bergamo (Itália), mas a vida no claustro dura pouco: no dia 09 de março de 1958, o pai, um sanguíneo comunista da Romagna, a leva de volta para casa à força. Carla se rebela, retoma o caminho do convento, mas o enésimo tumulto da família convence os seus superiores a mandá-la definitivamente para casa.
“O convento, para quem o deseja, é um pequeno canto do paraíso”, anota a moça em seu diário, (junho de 1958).
"Eu não tive essa graça porque não a merecia. Porém, recebi, igualmente, um grande dom: ter vivido entre tantas almas belas por cerca de quatro meses... Me ajudarás, não é Mãezinha, a ser sempre e somente de Jesus?”
A jovem tem grande confiança em Maria, a qual, ela tem certeza, não deixará cair no vazio o seu desejo de consagrar-se a Deus. Logo, Carla compreende que o seu convento será o pequeno mundo de Torre Pedrera, sua cidadela natal, onde ela se fará límpida testemunha do Evangelho, em sua nova condição de leiga consagrada, dentro do Instituto Ancelle Mater Misericordiae de Macerata. Sim, naqueles dias tomara conhecimento da existência do Instituto: podia ser uma consagrada em um instituto reconhecido pela Igreja, mesmo estando em família, trabalhando e continuando a empenhar-se na paróquia. Finalmente, encontrara o seu caminho!
No dia 6 de janeiro de 1961, faz o pedido para entrar no Instituto, e no dia 6 de janeiro do ano seguinte, faz os primeiros votos, seguidos, em 1963, dos votos perpétuos, quando ela se oferece a Deus em favor da santidade dos sacerdotes, e o Senhor pareceu aceitar a sua oferta. Agora, Carla pertencia apenas a Jesus.
Junto com os votos, ela confiava à Virgem a sua vida, o seu apostolado, tudo, no espírito de São Luís Maria de Montfort, como está na regra do Instituto secular que ela escolheu. Desde então, nada mais quis do que ser santa, de prolongar Jesus em si mesma, de levar Jesus ao mundo, de expender-se toda pela santificação dos sacerdotes.
Desapegando-se de todas as coisas materiais, sente-se mais livre para viver a vontade de Deis, “no meio das comodidades de vida, como se fosse na mais esquálida miséria”, de perder a própria vida para reencontrá-la na doação de si mesma aos outros.
As suas atividades não mudaram exteriormente, mas Carla tornava-se cada vez mais abrasada de amor. Escrevia: "Eu devo ser santa, senão fracassarei na minha vocação de alma consagrada. Minha tarefa é levar Jesus ao mundo. Eu devo ser um lembrete para o mundo. O mundo quer ver Jesus em nós".
Havia decidido rezar e oferecer muito, toda si mesma, pelos sacerdotes, aos quais, com coragem e humildade, fazia chegar convites fortíssimos à santidade. E Deus aceitava a oferta generosa. A ajuda para tantas almas chegava, mas Carla sofria tentações, aridez, buio dello espírito - escuridão do espírito.
Por algum tempo, utilizou-se da Vespa (celebre motocicleta italiana, que ela alegremente cavalgava), depois conseguiu ter um carro (uma Cinquecento). Ninguém podia mais detê-la em suas ações de apostolado, especialmente entre os jovens. A "santa da Vespa" é uma jovem moderna, cheia de vida e sempre com o sorriso nos lábios, que mostra até uma peculiar e curiosa atenção para com a própria feminilidade. A quem a critica um pouco pelos cuidados que reserva ao seu aspecto físico (e Carla é mesmo uma moça belíssima), ela responde: "A esposa de Jesus deve ser sempre elegante e bela".
Moderna figura de contemplativa na ação, Carla era uma moça profundamente enamorada de Cristo e era apoiada, em seu caminho de perfeição espiritual, por uma grande devoção pela Virgem Maria, tanto que havia se consagrado ao seu Coração Imaculado, no espírito da Milícia da Imaculada, tomando incansável zelo por ela.
Sempre bela, elegante e dulcíssima: tudo nela inspirava alegria e plenitude de vida: irradiava Cristo! Por Ele, estava sempre pronta a trabalhar sem querer nunca sentir o cansaço. Aqueles foram anos em que ela multiplicava energias e talentos pelo Esposo que amava e de cujo amor nunca duvidava.
No começo de 1970, Carla parecia exausta. Seguiram-se as primeiras internações no Hospital Sant’Orsola de Bolonha. Os médicos diagnosticaram um carcinoma pulmonar. Tinha poucos meses de vida.
Apesar disso, para qualquer um que lhe perguntasse sobre a sua saúde, Carla respondia: "estou bem! Com Jesus, estamos sempre bem!"
Submetida a muitos, difíceis e dolorosos exames, ela confidencia a seu diário: “Sou feliz por lutar, sofrer, viver. Quando o sofrer se torna alegria, não podemos pedir mais nada. Por este e por tantos outros dons, damos graças ao Senhor”.
Um dia, naquela primavera, foi à paróquia portando no pescoço uma vistosa echarpe vermelha. A quem lhe perguntava o porquê da escolha, ela respondia: "Estou feliz e não quero dar aos outros pensamentos tristes. Quero levar alegria e contentamento".
Do hospital de Bolonha, já no fim, sentindo a morte se aproximando, escreve a seu diretor espiritual: "Me ajude o senhor, padre, a fazer chegar meu grito ao Senhor, para que Lhe agrade e aceite esta oferta: Eis-me aqui, Senhor, tenho apenas este meu coração, que está cheio de Ti que És o infinito. Isto te ofereço por Teus sacerdotes. Tome toda a minha vida. Se procuras uma vítima de reparação pelas caídas deles, por suas infidelidades, por aquilo que não fazem e deveriam fazer, Senhor, por eles me ofereço vítima, disposta a tudo, a tudo, mas que não nos falte o Teu Sacramento, porque o sacerdote é um Sacramento de Ti, um portador de Ti, Senhor; que seja puro e ilibado o Sacramento que é o padre, assim como Tu o quiseste".
A um jovem seminarista que ia se tornar padre, Carla diz: "Ou padre, como te quer Jesus, ou nada!". Para Carla não podiam haver meias medidas ou compromissos: quem se torna padre deve ser santo.
Domingo, dia 2 de abril de 1970, depois de ter passado pelo hospital de Bolonha, é transferida para uma clínica de Rimini, a casa de saúde “Villa Maria”. Tinha apenas trinta e quatro anos. Recebeu a Extrema Unção e disse aos presentes: "Não sofro mais. Estou muito bem... Ai está, é o Senhor que vem e me sorri. Nos vemos no Céu!" Seu rosto se compôs na paz, sorridente. Já contemplava Deus.
Quero levar alegria e contentamento.
Agora, Carla repousa em sua igreja paroquial, e a causa de sua beatificação avança. Com sua vida consagrada no mundo, Carla havia realizado o seu sonho: irradiar Jesus nas almas, tornar-se "mãe" de sacerdotes santos, oferecer-se pelo mundo, promover e apoias as vocações.
Carla é uma luminosa apóstola de nosso tempo, testemunha feliz de um Sim dito a Deus pelo mundo!
"O mundo quer ver Jesus em nós".
ORAÇÃO PARA PEDIR A INTERCESSÃO DE CARLA
Ó Deus, Vos agradeço por haver suscitado no meio de nós a Vossa serva Carla Ronci, e bendizemos a ação poderosa do Vosso Santo Espírito, que operou com abundância de frutos na sua pessoa.
Vos louvamos por sua total consagração ao Senhor Jesus na castidade, na pobreza e na obediência; por sua generosa e sábia dedicação à tarefa educativa na normalidade dos empenhos eclesiásticos; pelo oferecimento de seus tribulações e obras em favor das vocações sacerdotais e pela santificação dos padres; pelo ardor na oração, que a tornou forte e serena no sofrimento; pela simplicidade de vida e pela constância no serviço aos irmãos.
Concedei-nos, ó Pai, pela intercessão da Venerável Carla, de podermos ser fieis, cotidianamente, à Vossa vontade. Infundi em cada cristão o amor pela Vossa Igreja e o esforço para a santidade, no estado de vida próprio de cada um.
Pedimos para nós toda graça espiritual e material, em particular __________.
Se for Vosso desenho de amor, fazei com que Carla seja proclamada beata e conhecida em toda a Igreja, pelo nosso bem e a glória de Vosso nome. Amém.
"Arrivederci in Cielo!" - "Nos vemos no Céu!"
Venerável Carla Ronci, rogai por nós"
História retirado do site: Santos, Beatos, Veneráveis e Servos de Deus
Após muitos meses estou começando a disponibilizar os Mapas Mentais das Moradas do Castelo Interior, já lhes adianto que farei tudo muito devagar (rsrs).
Antes de baixar gostaria que escutassem os podcasts sobre o livro e as moradas, neles vocês encontrão informações muito válidas, o Mapa Mental é somente para memorizar e ajudar a colocar em prática. E por falar em Teologia Prática, também gostaria de lhes alertar para a aba lateral do PDF em que está escrito o "start" para entrar na próxima morada, essa é a parte mais importante de se estudar sobre as moradas.
Deixo abaixo os materiais para estudo:
Temos visto o surgimento de várias famílias católicas na internet que, sendo católicas, são abertas à vida. Algumas possuem 4, 5, 7 e até 11 filhos. Mas, ao nos cercarmos virtualmente de famílias assim, podemos ter a falsa impressão de que a sociedade está ficando cada vez mais consciente quanto ao real significado do que é a família. Porém, a realidade infelizmente ainda mostra-se bem diferente.
Lembro uma vez de um amigo que me contou que certa feita foi ao médico e, quando questionado – seja lá por qual motivo – sobre a quantidade de filhos que possuía, respondeu: tenho três. O médico, aparentemente surpreso, questionou: todos com a mesma mulher?
Deixemos a falta de delicadeza e bom senso do médico de lado. O que queremos mostrar aqui é que a sociedade está cheia de pessoas como este médico. Culpáveis ou inculpáveis, só Deus poderá julgar. E o pior: isso já adentrou os ambientes eclesiais. O sexo antes do casamento , o “divórcio” e o uso de pílulas anticoncepcionais foram normalizados. Já não assustam mais. Ou assustam menos que uma família tradicional com cônjuges que vivem a castidade e são abertos à vida. Quantos casais de jovens já ouviram as seguintes velhas e equívocas afirmações e indagações após afirmarem que, após o casamento, serão abertos à vida: “esperem após terem o primeiro filho para ver se ainda permanecerão com essa opinião”; “não está barato ter filho no mundo de hoje”; “o mundo está cada vez pior, pra quê colocar mais filhos nele?”; “você vai abrir mão dos seus sonhos?”. Fora aquelas bobagens de superpopulação que, conquanto mais raras, às vezes marcam presença.
O que essas pessoas que fazem tais afirmações simplesmente não conseguem entender é que a falta de força moral de alguém na aplicação do princípio que ela acredita nada diz sobre a veracidade deste mesmo princípio. É algo lógico. O ato de um padre que comete abusos sexuais nada diz sobre a verdade da Igreja. Ou seja, mesmo que um jovem casal realmente não consiga manter o princípio de abertura à vida, isso nada diz contra tal princípio. Igreja santa e pecadora? Não! Igreja Santa, membros pecadores. Mas muitos não estão preocupados com a sublimidade dos princípios (pois aceitá-los exige maturidade e, com ela, mudança de conduta), mas em medir a vida alheia com a régua de sua própria mediocridade. Uma prova disso é a seguinte: olhe para a vida da pessoa que diz isso e se pergunte: ela é feliz? A resposta quase sempre é evidente. Não há como ser plenamente feliz com uma hierarquia de valores totalmente bagunçada. Não há verdadeiro amor e plena felicidade sem entrega; e entrega é sacrifício. Porém, em tempos de exacerbação do egoismo, da liberdade sexual e da imaturidade a palavra sacrifício anda fora de moda.
A verdade é que as pessoas já não possuem mais uma visão sobrenatural. Divorciaram a fé da vida cotidiana. Esqueceram-se o que é ser verdadeiramente homem e verdadeiramente mulher. Esqueceram-se de que nascemos para ser mães e pais (e assim gerar almas para Deus) e que assumir esse papel, ordenando-o a Deus, é a verdadeira maturidade. Fomos feitos para a maturidade, e a maturidade necessariamente dá frutos. Nenhuma vida veio a este mundo para ser estéril. Nenhuma vida veio a este mundo para guardar-se para si mesma, mas para gastar-se para os outros. Todos fomos feitos para a maternidade ou a paternidade, seja esta biológica, adotiva ou espiritual – sendo ainda esta última essencialmente a mais elevada forma de paternidade e maternidade. A castração biológica voluntária reflete a castração da alma.
Cada pessoa possui peso e responsabilidade próprios. Não querer crescer é negar a sua responsabilidade e colocar o seu peso no ombro de outro. Enquanto que a maturidade é, além de sustentar o seu peso, tentar aliviar ao máximo o peso dos outros. Os Santos são grandiosos, mas são leves. Reconhecer o seu dever e assumi-lo de forma integral (entregando tudo a Deus) torna a vida mais leve e a coloca nos trilhos. O sentido do dever, que brota da responsabilidade, que é própria da maturidade, fala mais alto que o sentido do querer. Por isso a maioria dos casais que não possuem filhos são imaturos, pois não sabem qual peso devem carregar, e, quando sabem, não o assumem. Não assumem as consequências dos seus atos. Tudo o que sabem é que não querem mais peso para si, nem deixar de fazer tudo aquilo que gostam, nem ter a responsabilidade de criar uma outra vida. A vivência de uma vida irrefletida assim pode fazer com que nos livremos de várias dores e sofrimentos imediatos, mas inevitavelmente nos conduzirá à frustração e ao desespero.
Desespero de não ter a plenitude do viver, mas apenas o desespero do sobreviver. Desespero de não ter vivido, de não ter se doado aos outros, de ter sido o servo mau, inútil e preguiçoso que não fez o talento dado por Cristo frutificar (Cf. Mt 25, 14-30). Ou seja, no dia do Juízo, você correrá como uma criança para o colo do Pai, de quem não via a hora de encontrá-Lo, com as mãos cheias de talentos multiplicados, ou irá com as mãos vazias de tudo o que poderia ter feito e não fez, tudo o que poderia ter sido e não foi?
Como no-lo diz a grande Santa Teresa de Ávila: “É justo que muito custe o que muito vale”. E para nós, cristãos, esse valor é muito alto, pois o amor de Deus não tem medida. O amor de Deus conduziu Seu Filho à morte, e morte de Cruz, por nós. Se Ele, sendo Deus, me amou, como eu, miserável que sou, posso não amá-lO de volta? Como não me sacrificarei por Aquele que me deu a vida e se sacrificou por mim? Para nós, ou o amor é livre, fiel, total e fecundo, ou simplesmente não é amor!
Segundo Santo Tomás de Aquino, três coisas são necessárias ao homem para a sua salvação: “A primeira é o conhecimento daquilo que se deve crer; a segunda, conhecer o que se deve desejar e a terceira, conhecer o que se deve realizar. O homem tem o primeiro desses conhecimentos no Símbolo dos Apóstolos; a Oração Dominical o instrui sobre o que se deve desejar; e os dois preceitos da caridade e os dez mandamentos da lei mostram o que se deve pôr em prática ”. Eis o mapa para a nossa vida!
Por que a sociedade mais livre sexualmente da história é a que mais se suicida? Justamente porque a vida que estamos levando vai contra a nossa própria natureza. A gravidez é um sinal disso, a fragilidade de um singelo bebê que demanda cuidados e a complementariedade dos sexos também. O Homem está mutilado, sentindo falta daquilo que lhe é essencial. O Homem está perdido, sem saber o que se deve crer, o que se deve desejar e o que se deve fazer.
Por: Natan Pimenta
Teólogo