A cor do Trigo (Elisa Hulshof)

by - setembro 19, 2022



 

Introdução


Esse livro faz parte da curadoria de 2022 para o Clube de Leitores Salus. Tal curadoria foi realizada com a intenção de prestigiar e divulgar a boa literatura dos autores católicos brasileiros.


Autora


Elisa Hulshof Storarri nasceu em 1994, em Buritis (MG), a mais nova de cinco filhos. Logo em seguida sua família mudou-se para Holambra (SP). Formou-se em Design Gráfico na Universidade Federal do Paraná e atualmente vive em Jundiaí (SP) com seu marido e seu filho.


Resenha

Encontre o livro aqui.


"Trivial e banal, no entanto, tem um quê de genial." Acho que essa seria a frase que sairia da minha boca para tentar definir esse livro. 


É uma escrita que lembra um diário, mas não é; lembra uma auto biografia, mas não é; lembra um ensaio reflexivo, mas não é. De modo que, pela segunda vez nesse ano, me vi diante de um livro de Elisa Hulshof com um misto de descrença e certa admiração. 


Vale lembrar que ao escrever a Cor do Trigo a autora tinha 18 anos (vou fazer uma pausa para que você se espante...), o relato é sobre ela mesma Elisa, que cursou desing na federal do Paraná mesmo tendo uma aptidão nata para Filosofia na minha opinião. As reflexões são espalhadas em capítulos curtos que abarcam temas variados que se desenrolam na banalidade do cotidiano. Acontece que existem alguns temas aqui tratados que podem ajudar e muito caso a intenção seja uma abordagem sutil e jovem. O livro lembra em alguns pontos aqueles livros em forma de diário dos anos 90, lembra? Como "O diário da Princesa", "Diário de um banana", enfim, os vários diários publicados nessa época. O ponto positivo é que a bagagem da autora é muito rica, não sei se em quantidade, mas certamente em qualidade e valores religiosos. Ela usa muito bem a bagagem que tem. E isso aparece em meio as reflexões e devaneios hora com tom adolescente, hora com reflexões bem maduras. 


O tema que é o cerne das reflexões é a castidade, depois os relacionamentos em geral e o serviço. Basicamente foram esses os pontos que durante a leitura me pareceram mais visíveis. Tudo regado de uma "presença católica", que se mostra nas decisões que ela toma dentro do cenário dos anos 90, que ao meu ver, não deve ser esquecido, já que dá ao texto um tom de coragem realmente admirável. 


A escrita realmente é muito boa e de forma geral me lembra Chesterton e em pontos Elizabeth Gaskell. Alguns capítulos, como todo texto que trata de trivialidades, vem acompanhado do prolixo, mas não deixa de ser bem proveitoso no geral. 


Acredito que o livro possa servir bem para alcançar alguns jovens que podem se identificar muito bem com a história de uma moça católica, universitária, que divide apartamento com uma amiga, que teve problemas com namorado por conta de sua fidelidade a fé, que vai a Missa e em Retiros e ir para a Universidade na segunda. 


Particularmente não gosto de livros em primeira pessoa, auto biografias no geral, no entanto, ao termino da leitura me lembrei de um dos pontos abordados por Julian Marias em sua filosofia: a necessidade da expressão da própria trajetória biografia. O livro não tem essa intenção, não é uma autobiografia, mas fragmentos de reflexões de uma jovem; mas não pude deixar de pensar do benefício de narrar a própria trajetória e encarar os próprios pensamentos. O que torna esse livro ainda mais corajoso ao meu ver, por isso é trivial e banal, mas com um quê de genial. 


Singelamente, Ana











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2 comments

  1. O livro não está mais disponível, onde encontro?

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    1. Paz e Bem! O livro é da Cultor de Livros, mas você pode dar uma pesquisada no Google com o titulo e autor.

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Olá, Paz e Bem! Que bom tê-lo por aqui! Agradeço por deixar sua partilha.