A Sociedade do Hiper

by - janeiro 04, 2023

Hu Jundi, 1962
                              


 Natan Pimenta

Ana Paula Barros


Escrita colaborativa iniciada em 16 de setembro de 2022 e finalizada em 18 de novembro de 2022.



PARTE I – A Hiperestimulação

 



Hiper, elemento de composição de palavras que traz consigo a ideia de muito, excessivo. Do grego hupér, “sobre, em cima de”. Essa é a palavra que tem guiado a nossa sociedade e causado tantos problemas que, às vezes, passam despercebidos aos olhos de quem já está imerso na “cultura do hiper”.

Todos concordam que vivemos em tempos caóticos, onde tudo está acelerado, onde ninguém tem mais tempo para nada. Todos estão imersos em mil compromissos que se repetem cotidianamente em um ciclo vicioso, interminável. Parece que até mesmo a nossa percepção de tempo está alterada. A questão é que, até pouco tempo atrás, a vida não era assim. A sociedade possuía uma forma de vida relativamente pacata se comparada ao cotidiano caótico hodierno. Mas o que mudou?

É um fato inegável que a sociedade evoluiu materialmente mais nos últimos 200 anos do que nos 2 mil anos anteriores. Mas as diversas ideologias, que pulularam na mesma velocidade, fizeram com que não possamos dizer que a sociedade também tenha evoluído moralmente, como deveria ser; mas, pelo contrário, involuiu.

Seguindo as correntezas do rio de ideologias, grande parte da sociedade perdeu a coesão religiosa e moral que possuía, separando-se em diversos grupos e perdendo-se em diversas concepções deturpadas de Homem: o liberalismo, com a liberdade (sem limites) acima de tudo; o marxismo, com sua visão puramente econômica e materialista; Freud, com o impulso sexual; Nietzsche, com a sede de poder; etc. A lista é longa. Como nos diz Padre Alfredo Sáenz: “o homem, que começou subtraindo-se da soberania de Deus, acabaria por declarar a si mesmo soberano, proclamando logo a soberania do povo”.

O que vemos hoje é o resultado avançado de tais ideologias: adultos que querem ser eternos jovens; jovens reféns de seus instintos, buscando tudo e qualquer coisa que dê para eles uma recompensa prazerosa imediata; “mães” e “pais” de pet; adeptos da ideologia de gênero, totalmente desconexos da realidade. E isto podemos constatar ao vermos que muitos dão mais valor à palavra que à própria realidade que está diante de seus olhos. Se uma mulher diz que é homem, não importa que a realidade mostre que ela é mulher, o mundo deve aceitá-la como homem; se alguém diz que um bebê em gestação não é uma vida, todos devem aceitar, mesmo que a realidade diga o contrário. É a palavra sobrepujando a realidade, a vontade sobrepujando a razão. Em terra de libertinagem, a vontade é rainha. A palavra da vez é experimentar! E aí voltamos ao hiper: à hiperestimulação.

Há várias maneiras de demonstrar a maleficência causada pela hiperestimulação. Os escolásticos, por exemplo, já sabiam que o excesso de um objeto sensível corrompe o próprio sentido que o capta. Ou seja, que o excesso de estímulo “corrompe” o próprio sentido estimulado. É algo que pode ser facilmente constatado. O excesso de barulho causa a surdez, o excesso de luz causa danos à visão. Mas o som e a luz não são, respectivamente, os objetos da audição e da visão? É justamente por isso que, em excesso, pode prejudicá-los. Só o excesso daquilo que é próprio a determinado sentido pode prejudicá-lo. Afinal, olhar diretamente para o Sol não prejudica a audição.

Algo semelhante acontece com os estímulos dopaminérgicos. Pois além dos estímulos sensuais e físicos supracitados, há os estímulos bioquímicos que acontecem em nosso cérebro. É o que a neurociência chama de Sistema de Recompensa Cerebral, Sistema Límbico ou Sistema Dopaminérgico. Por exemplo, ao consumir muito açúcar, o nosso corpo começa a criar resistência à ação da insulina. Da mesma forma, quanto mais consumimos esses estímulos dopaminérgicos, mais o nosso corpo cria uma espécie de resistência à dopamina, fazendo com que precisemos cada vez de mais estímulos e estímulos mais intensos. Isso é o que acontece no vício. Isso explica também o porquê de os estudos apontarem que cada vez mais a pornografia mais intensa está sendo consumida. 


Os consumidores crônicos vão aos poucos perdendo “a sensibilidade visual e terminam assistindo a representações que antes consideravam proibidas ou tabu”.


A questão é que atualmente está muito mais fácil obter estímulos dopaminérgicos (álcool, alimentos hiperpalatáveis, masturbação, pornografia, drogas, telas em excesso, etc.) do que em qualquer outro período da história. E esses estímulos, como vimos, não vêm apenas de vivermos em uma sociedade barulhenta (prejudicando a audição) ou extremamente iluminada (prejudicando a visão), mas estão por toda parte: sabores artificiais (hiperssaborosos e hipercalóricos), pornografia, realidade virtual (que está apenas começando), etc. É tudo hiper, hiper, hiper e… artificial. Quando voltamos para o não artificial, para o real, já não tem mais graça. Ficamos dependentes, viciados no hiper, fazendo com que a realidade já não tenha mais brilho. Não é surpresa alguma que a sociedade mais “livre” e mais equipada materialmente da história seja também a que possui as maiores taxas de suicídio e de pessoas com ansiedade e depressão. Como disse São João Paulo II:

“A mera acumulação de bens e de serviços, mesmo em benefício da maioria, não basta para realizar a felicidade humana. E, por conseguinte, também a disponibilidade dos multíplices benefícios reais, trazidos nos últimos tempos pela ciência e pela técnica, incluindo a informática, não comporta a libertação de toda e qualquer forma de escravidão. A experiência dos anos mais recentes demonstra, pelo contrário, que se toda a massa dos recursos e das potencialidades, postos à disposição do homem, não for regida por uma intenção moral e por uma orientação no sentido do verdadeiro bem do gênero humano, ela volta-se facilmente contra ele para o oprimir.” (Sollicitudo Rei Socialis 28)

É isso que vemos atualmente: a massa de recursos e das potencialidades voltando-se contra o Homem e oprimindo-o, pois este se esqueceu quem é a fonte e o fim de sua existência (Cf. Rm 1, 21-32). É o Homem não sabendo lidar nem mesmo com o desenvolvimento tecnológico que ele mesmo criou. É o Homem se esquecendo de onde provém sua dignidade e buscando as soluções para os seus problemas em todos os lugares indevidos possíveis. Mas a verdadeira solução, como nos diz São João Paulo II em outra Encíclica, “não existe […] fora do Evangelho” (Centesimus Annus 5). A solução está em Deus.

“Se a dignidade e a liberdade humanas vêm de Deus, segue-se que a perda de fé n’Ele significa a perda da fé nessas liberdades que d’Ele derivam. Se quisermos ter luz, devemos conservar o sol; se quisermos conservar as nossas florestas, devemos conservar as nossas árvores; se quisermos conservar os nossos perfumes, devemos conservar as nossas flores – e se quisermos conservar os nossos direitos, devemos conservar o nosso Deus”.

Nunca nosso coração e nossa alma estiveram tão inquietos, esquecendo-nos constantemente do alto, por estarmos com a nossa cabeça e nosso coração tão ocupados, em um ritmo frenético, com as coisas de baixo. Assim, mais uma vez a frase de Santo Agostinho ressoa para os homens de nosso tempo: “Fizeste-nos, Senhor, para ti, e o nosso coração anda inquieto enquanto não descansar em ti”.


 

PARTE II – O Silêncio

 

“Conserva-te, em silêncio, diante de Deus e espera n’Ele”. (Sl 37,7)[10].

 



Diante do diagnóstico, acreditamos firmemente que um dos antídotos é o silêncio. Há tipos de silêncio: o exterior e o interior. O primeiro é útil, mas é transitório; o segundo é mais difícil de conseguir, mas é mais duradouro. Há uma certa simbiose entre ambos, onde um influencia de alguma maneira o outro. Por isso, devemos buscar o silêncio interior, que acalma nossos pensamentos, nossos desejos e nos ajuda a silenciar mesmo em meio ao caos exterior, mas o silêncio exterior pode nos ajudar no processo.

A vida moderna nos trouxe, além de comodidades, um fluxo ágil e enorme de informações. Somos todos bombardeados por todos os lados, nosso cérebro permanece prontamente em alerta. Este estado nos impulsiona a lutar ou a fugir. Nos inunda de cortisol. O cortisol é uma substância importante para nos impulsionar, mas pode, quando o estado de alerta se torna permanente, nos intoxicar, gerando insônia, ansiedade, dores, inflamações.

Somado a isso, vemos a cultura do barulho sendo vivida e abraçada solenemente: notificações constantes, uma música permanentemente presente ou, como é bem comum aqui no Brasil, a TV ligada sem que ninguém esteja assistindo. Ela está ligada nas casas, restaurantes e consultórios como uma querida companheira barulhenta que, muitas vezes, só é notada quando desligada, já que o silêncio é um amigo indesejado. Em certa ocasião, o saudoso professor Pier contou que sempre trazia consigo um controle universal, usava-o para desligar as TVs de lugares como restaurantes e consultórios. Ao se deparar com o silêncio, as pessoas tinham as reações mais variadas, menos a de considerá-lo parte da vida.

O mesmo se dá nas igrejas, que, construídas para serem um refúgio silencioso no caos do mundo, passaram a ser tão barulhentas quanto um show, acatando o barulho secular e mundano, que nada mais é que um anestésico alienante. Se os sentidos não são superexcitados, acredita-se, a experiência de fé não existe. Passamos a administrar, nos meios religiosos, o veneno secular do barulho.

Até o momento, citei o barulho externo como um resultado da vida moderna, mas não é possível esquecermo-nos dos diversos, insistentes e interessantemente sonoros barulhos internos, que são ora causa, ora resultado dos externos. Manter-se em silêncio interior, buscar certa ordem interna, é um desafio, até mesmo nos meios religiosos.

O silêncio possui uma característica germinativa estrondosa, a ponto de podermos afirmar que sem o silêncio nada poderá brotar. Silenciar é uma exigência da vida espiritual e não uma das vias da vida espiritual, como pensam alguns. Também é uma exigência para a saúde mental. Estudos apontam que silenciar favorece a restauração dos focos de atenção do cérebro.

Como o primeiro mestre da vida espiritual, ordenador mental e observador corporal, o silêncio deve ser buscado, apreciado e, acima de tudo, estimulado (principalmente nos meios religiosos). Os momentos de silêncio nos levam a ver os pequenos monstrinhos – pecados e más inclinações – que habitam em nós e a ter a alegria de, finalmente, depararmo-nos com nós mesmos. Depois dessa primeira etapa, podemos vislumbrar de outra forma a nossa vida, a nossa realidade social, os mistérios da Vida do Senhor e de seu Evangelho.

“Veio um vento impetuoso e forte, que desfazia as montanhas e quebrava os rochedos, mas o Senhor não estava no vento. Depois do vento, houve um terremoto, mas o Senhor não estava no terremoto. Passado o terremoto, veio um fogo, mas o Senhor não estava no fogo. E depois do fogo ouviu-se o murmúrio de uma leve brisa… Então Elias ouviu a voz de Deus”. (1Rs 19, 11-16).


Nós estamos tão habituados a receber todas as informações detalhadas e mastigadas que muitas vezes não entendemos como é possível que Deus fale conosco sem usar meios naturais. Para escutar a voz de Deus, é preciso, antes, escutar o silêncio e ainda amar o silêncio; e, para isso, é preciso vencer toda a resistência que nossa humanidade e a modernidade nos apresentam, incutindo em nós gradativamente um impulso de fugir do silêncio e de silenciar. Todas essas fugas automáticas, que acontecem quando nos deparamos com o nada escutar e o nada dizer, são oportunidades perdidas de crescimento.

São João da Cruz nos ensina: “Uma Palavra disse o Pai, que foi seu Filho; e di-la sempre no eterno silêncio e, em silêncio, ela há de ser ouvida”. (Ditos de Luz e Amor, 99).

Fomos feitos para imitar a infinita e ilimitada bondade da Santíssima Trindade, ainda que de modo finito e limitado. Nos ensinar comportamentos divinos é o fim da Graça em nós. O silêncio é a linguagem da Trindade e a imitaram todos que d’Ela se aproximaram. O silêncio dirige o reto falar, mas também potencializa o que se fala.

Conta-se que Santo Antão, vivendo uma vida ascética, em silêncio e solidão, foi chamado por Santo Atanásio no intuito de ajudar a esclarecer o povo sobre o arianismo, heresia que assolava a Igreja e que ensinava que Jesus não era Deus. Santo Antão, saindo de seu isolamento, foi a um lugar mais alto e quebrou o seu costumeiro silêncio dizendo: “Jesus, Nosso Senhor, é Deus”. Tal foi o poder contido na verdade germinada e fortalecida no silêncio e na Graça, que todos os presentes passaram a chorar de arrependimento. Como sabemos, o dom de lágrimas, que é o chorar de arrependimento verdadeiro (e não de outra coisa), é uma das penitências mais salutares para a alma e um dom do Espírito Santo, muito esquecido por sinal. Aprendemos nesse episódio que somente aquele que recebeu instrução de Deus no silêncio poderá esclarecer os outros. Só poderá remediar quem antes se deixou medicar.

Nossa Senhora do Silêncio é o título da Santíssima Senhora, professora do silêncio, em uma aparição no Egito. Uma aparição poderosa simplesmente pelo fato da Senhora não ter dito uma única palavra.

Tanto num caso como noutro – na história de Santo Antão e na aparição da Santíssima Virgem – podemos notar o grande poder do silêncio no calar e no falar. O silêncio nada tem, portanto, com silenciar diante de tudo, mas manter um estado interior de silêncio e buscá-lo também no exterior, se expor e se dispor à amável e desejável oração silenciosa. Tal estado de alma ordena para Deus nossos atos, nosso falar e demais comportamentos. E é a tranquilidade desse ordenamento que chamamos de paz, pois, segundo Santo Agostinho, “a paz de todas as coisas é a tranquilidade da ordem”. E ainda: “Os desgraçados, portanto, na medida em que são desgraçados, realmente não estão em paz, carecem, na verdade, da tranquilidade da ordem onde nenhuma perturbação existe”. A paz é fruto da Graça, é reconciliação entre Cristo e os homens.

“Quem realmente possui a palavra de Jesus pode ouvir também o Seu silêncio, de modo a ser perfeito, de modo a agir por Sua Palavra e ser conhecido por sua permanência no silêncio” (Santo Inácio de Antioquia. Carta aos Efésios 15, 1s).




Referências Bibliográficas 

[1]     Segundo o Dicionário Online de Português.

[2]     Em uma analogia simples, podemos dizer que o marxismo está para o comunismo assim como o liberalismo está para o capitalismo. Pois o marxismo fundamenta ideológica e filosoficamente o comunismo assim como liberalismo fundamenta o capitalismo, ainda que os princípios liberais tenham aberto a porta para o socialismo, como no-lo diz o Papa Pio XI em sua Encíclica Quadragesimo Anno, ao dizer que do socialismo educador foi pai o liberalismo, será herdeiro legítimo o bolchevismo”. São como duas cabeças da mesma hidra: o pensamento revolucionário. Lembrando que o liberalismo levou à Revolução Francesa, assim como o comunismo levou à Revolução Russa e Cubana.

[3]     SÁENZ, Padre Alfredo. El Cardenal Pie. Buenos Aires: Gladius, 2007.

[4]            A dopamina é um neurotransmissor, da família das catecolaminas, que atua em algumas áreas cerebrais e desempenha importante papel nestas áreas. Diferente do que muitos acham, ela não possui um papel preponderante no sistema gratificante, mas no excitante. Ela é responsável, por exemplo, pela motivação, pela busca do prazer. É a antecipação de um possível prazer. Está relacionada ao prazer que sentimos ao imaginar algo que desejamos.

 

[5]            Aqui precisaríamos fazer a distinção entre a liberação tônica e fásica de dopamina, que possuem 2 padrões distintos. Porém, como isso não faz parte do escopo do presente texto, fica a indicação para quem quiser se aprofundar no assunto.

 

[6]            EBERSTADT, Mary; LAYDEN, Mary Anne. Os Custos Sociais da Pornografia. São Paulo: Quadrante, 2019.

 

[7]            E já há diversos estudos que mostram o impacto da pornografia na vida dos consumidores, dentre eles: vício, violência sexual, pedofilia, perda da capacidade de relacionar-se com o sexo oposto, distorção dos papéis sexuais, disfunções cognitivas, etc. Para entender mais sobre essa questão veja M. A. Layden, “Pornography and violence: a new look at the research”. The Social Costs of Pornography: A Collection of Papers, eds. J. R. Stoner, Jr., e D.M. Hughes, Witherspoon Institute, Princeton, N.J., 2010.

 

[8]             “Podemos encontrar aqui um novo convite a dar um testemunho unânime das nossas convicções comuns sobre a dignidade do homem, criado por Deus, remido por Cristo, santificado pelo Espírito e chamado a viver neste mundo uma vida conforme com esta dignidade” (Sollicitudo Rei Socialis 47);

 

[9]            SHEEN, Fulton. Justiça e Caridade. São Paulo: Molokai, 2020;

 

[10]          Santa Teresa de Ávila, em sua clássica obra Castelo Interior ecoa essa passagem bíblica, dizendo: “Procurai viver sempre no silêncio e na esperança”;

 

[11]           Cf. ESTAPÉ, Marian Rojas. Encontra tu persona vitamina. Madrid: Espasa, 2021.

[12]          CARTER, Sherrie Bourg. 6 Reasons You Should Spend More Time Alone in Psychology Today. Disponível em <https://www.psychologytoday.com/us/blog/high-octane-women/201201/6-reasons-you-should-spend-more-time-alone>;

 

[13]          Cf. SCHEEBEN. M. J. Maravilhas da Graça Divina. São Paulo: Cultor de Livros, 2020;

 

[14]          A heresia ariana afirma que o Filho é criado e que, portanto, Pai e Filho são de naturezas diferentes (o primeiro sendo verdadeiramente divino e o segundo divino para nós, pois, embora criado, não seria como o resto, mas sua natureza se constituiria de um tipo secundário de divindade).

 

[15]          AGOSTINHO, Santo. A Cidade de Deus – Volume III (Livro XIX, cap. XIII). Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 2011.

You May Also Like

1 comments

  1. Olá, Ana, obrigada por disponibilizar este texto para nós. Para mim, foi providente e confirmou a inspiração de Deus em minha alma, de cultivar o silêncio em minha vida. Que Santa Maria interceda por todos nós. Paz e Bem!

    ResponderExcluir

Olá, Paz e Bem! Que bom tê-lo por aqui! Agradeço por deixar sua partilha.