Como montar o seu Altar Doméstico

by - novembro 09, 2022






"Para a oração pessoal, pode servir um ‘recanto de oração’, com a Sagrada Escritura e ícones (imagens) para aí se estar ‘no segredo’ diante do Pai. Numa família cristã, este gênero de pequeno oratório favorece a oração em comum” (Catecismo, 2691).

Em seu escrito La supresión del pudor, o escritor Jacinto Choza nos abre os olhos à realidade do lar como uma extensão da pessoa. A casa é, segundo o autor, o reflexo dos seus moradores ou, melhor dizendo, o reflexo dos interesses de seus moradores. É um território privado, secreto, de vivência íntima consigo e com os seus amados.

No entanto, a superexposição dos acontecimentos privados se tornou comum, assim como a necessidade incessante de ver a vida alheia. Nada é preservado. Estamos na cultura do despudor.

Com o pudor suprimido e a concupiscência dos olhos superestimulada, os interesses das pessoas se alteraram ou foram condicionados. As casas possuem uma tela gigante (quanto maior, melhor), poucos possuem livros e estantes, e quase nenhuma possui um altar.

O altar deveria ser a instalação central da casa, ou seja, deveria existir um local visível no cômodo mais importante da casa e outros ‘lembretes de fé’, ou seja, pequenos altares, em outros cômodos. Mas, nas casas em que existem, os altares estão sufocados, esmagados ou jogados num rack ou num canto, misturados aos interesses dos moradores. Enfim, não são altares.

A necessidade de existir um oratório em casa é reforçada pela necessidade de estabelecer certa ordem nas coisas que fazem parte da nossa vida. A intenção de ter um oratório em casa nos faz rever os nossos interesses, que são espelhados em nossa casa, e estabelecer uma hierarquia de valor nas coisas que nos cercam e representam o que somos e acreditamos.

Um altar é mais importante que a TV ou a biblioteca, portanto, deve ter um espaço específico, gradativamente melhorado. É possível que você não possa, agora, fazer um altar maravilhoso, mas certamente poderá ordenar algo com o que já tem. Estabelecer um local e fazer o seu melhor no momento já é um grande passo. Mas não deverá se acomodar; à medida que sua situação melhorar (ordenar a importância das coisas faz milagres), você poderá melhorar o seu altar, torná-lo mais belo, como é bela a tradição da Igreja.

Almejando este processo, coloco aqui algumas orientações para se ter um altar doméstico:

Cuidados
  • Busque um local (um móvel) que possa ser somente altar, evite uni-lo a outras coisas.
  • Evite imagens ou objetos de devoção que sejam muito modernos ou caricatos. As imagens e ícones devem ter rosto, traços humanos definidos e claros, pintura e tons que remetam à oração e recolhimento. Evite luzes e cores que aguçam o interesse passageiro e estimulam demais os sentidos.
  • Busque referências.

O Altar Doméstico

Um altar ideal possui:
  • Crucifixo
  • Velas
  • Incensário
  • Ícones ou imagens
  • Bíblia
  • Flores

Lista de sugestões e local de compra aqui.

Deixo aqui algumas imagens de referência:










Caso não tenha um móvel ou espaço adequado poderá fazer um altar aéreo ou de canto, como estes: 






Dicas que podem lhe ajudar:

Você deve estar pensando: “Mas eu não tenho dinheiro, Ana”. Bem, vou deixar abaixo algumas dicas que podem lhe ajudar a ter beleza sem gastar horrores.

Primeiro: escolha algumas imagens de referência como as anteriores.

Segundo: ícones e quadros são mais baratos que estátuas. Então, você pode buscar boas imagens na internet, mandar imprimir em alta resolução e no tamanho do quadro que você deseja. Molduras no Mercado Livre são bem em conta. São retas, não possuem arabescos, mas já fazem a diferença. Molduras redondas ficam muito boas. Deixar uma margem branca entre a imagem e a moldura deixa a estética mais elegante.

Terceiro: objetos maiores costumam parecer mais harmoniosos que vários pequenos. Portanto, busque, com o tempo, um altar limpo esteticamente e harmônico.

Tenho certeza de que, com essas dicas, você poderá começar essa ordenação no seu lar. Não deixe de ter, também, pequenos cantos devocionais nos outros cômodos e, quando possível, na entrada da casa.





"Pitágoras foi o primeiro que chamou de filosofia ao estudo da sabedoria, preferindo ser conhecido como filósofo do que como sábio, pois antes dele os homens que se dedicavam a este estudo chamavam-se sofos, isto é, sábios. Mas é belo que ele tivesse chamado aos que buscam a verdade de amantes da sabedoria em vez de sábios, porque a verdade é tão escondida que por mais que a mente se inflame em seu amor e se disponha à sua busca, ainda assim é difícil que possa vir a compreender a verdade tal como ela é. Pitágoras, porém, estabeleceu a filosofia como a disciplina daquelas coisas que verdadeiramente existem e que são, em si mesmas, substâncias imutáveis.

A filosofia é o amor, o estudo e a amizade da sabedoria; não porém desta sabedoria que trata de ferramentas, ou de alguma ciência ou notícia sobre algum método fabril, mas daquela sabedoria que, não necessitando de nada, é uma mente viva e a única e primeira razão de todas as coisas. Este amor da sabedoria é uma iluminação da alma inteligente por aquela pura sabedoria e como que um chamado que ela faz ao homem, de tal modo que o estudo da sabedoria se nos apresenta como uma amizade daquela mente pura e divina. Esta sabedoria impõe a todo gênero de almas os benefícios de sua riqueza, e as conduz à pureza e à força própria de sua natureza. Daqui nasce a verdade das especulações e dos pensamentos, e a santa e pura castidade dos atos." (Hugo de São Vítor)












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