Crônicas: Os homens católicos sem catolicidade

by - julho 15, 2023



Como é bonito um homem católico de verdade. Pena que são tão raros. O que temos se assemelha mais à crianças brincando de espada. 

Se você perguntar por aí, aos homens católicos, que frequentam missa, lêem bons livros e são razoavelmente instruídos, verá que são a favor da cristandade. Em maior ou menor grau todos estão de acordo que existe uma primazia da catolicidade que gera uma elevação da qualidade da ordem social ou até mesmo estabelece uma ordem social salutar. E é verdade. A sanidade nos faz apostar todas as fichas na cristandade, numa sociedade baseada nos ensinamentos cristãos.

No entanto, qual não é o espanto, quando muitos destes mesmos rapazes, são absolutamente ignorantes do ponto fundamental da cristandade: os cristãos agindo como cristãos (em casa, no trabalho, em seus talentos e tarefas). Os cristãos são as crianças, os idosos, as mulheres, os homens, os pais, as mães, as viúvas; os cristãos são as pessoas, evidentemente. 

Parece uma obtusisade ressaltar isso? Pois, acredite, não é. A maior parte destes homens parecem ter criado um senso de cristandade completamente apartado da realidade física. Como uma atmosfera que descerá dos Céus em algum momento e mudará toda a sociedade. 

No entanto, a cristandade, a tão sonhada restauração da catolicidade, se refere a uma conversão e lapidação das pessoas. O pai ser pai católico, a mãe ser mãe católica, mas também o médico ser médico católico, a professora ser professora católica, o professor ser professor católico... o arquiteto (a), o engenheiro (a), o lixeiro (a), a faxineiro (a), o empresário (a) todos realizarem a suas tarefas como católicos. 

Duas coisas se tornam evidentes quando cito tal questão: 1) o homem e a mulher exercem papéis para além do papel do lar, embora este seja mais importante; 2) as tarefas devem ser realizadas considerando o ensino católico sobre o assunto ou, se não for possível, tê-lo como um firme alicerce. 

Novamente parece que estou afirmando obviedades, mas ao que parece um número considerável de pessoas se esqueceu delas. 

Obviamente que um pai e uma mãe exercem papéis para além do seu lar. Mesmo nas épocas anteriores à Revolução Industrial, antes do frenesi progressista, os homens e as mulheres já faziam suas tarefas para além do lar de forma remunerada, além das tarefas em prol da caridade. O ser humano nunca é reduzido à uma única atribuição. Mas é justamente isso que alguns rapazes pensam, principalmente, ao que se refere ao papel da mulher católica. E isso é por não serem católicos o suficiente. Somente alguém ainda imbuído da cegueira revolucionária não percebe que esse comportamento beira ao ridículo, simplesmente por ser impraticável e ainda ser o oposto do que a História aponta. Só lembrando que rejeitar o passado é o primeiro traço da mente revolucionária. Meninos munidos de bons livros católicos mas ainda com a "mente do Che".

Obviamente que alguém que exerce as suas tarefas profissionais e sociais como católico, a faz imbuído da mentalidade católica, ao menos, esta é a base da cristandade. Isso significa que um professor falará e exercerá o ensino com alicerce na catolicidade, assim como o médico (a) católico (a), o engenheiro (a), o faxineiro (a), o arquiteto (a) e etc. E isso não faz de nenhum deles padres. Que pensamento mais obtuso colocar na conta de "ensinar a Doutrina" qualquer um que use o ensino católico em sua prática social ou profissional. Fazer isso é a base da vivência da própria cristandade. Novamente, os senhores, beiram o ridículo. 

Quando Dom Pedro foi expulso do próprio Império, num barquinho, disse uma frase que bem poderia repeti-la aos senhores: "Os senhores são uns doidos!" 






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