Crônicas: O problema da Igreja é gente covarde

by - setembro 05, 2023


 A "crise". Às vezes penso sobre ela tomando café, como estou fazendo agora. Eu sei, não parece um passatempo muito prazeroso... e não é. Mas faço isso como se estivesse diante de uma obra cubista ou abstrata. O que gera um misto de reações: "que joça é essa?", "isso é geometricamente feio", "estou com tontura". 

Na verdade, nós já estamos na sedimentação da crise, a crise em si já passou. Estamos colhendo o fruto do caos. Estes poderiam ser menores se não fosse tantos covardes dentro da Igreja. 

Todo mundo é covarde em alguma coisa, não há dúvida. Temos a infelicidade de termos, atualmente, muitos "covardes bons". 

A covardia é um tanto assombrosa porque atinge boa gente. Seu sinal é que quando precisa ser feito algo pela fé ou até mesmo por algo que a pessoa diz valorizar, ela "dá pra trás". 

Isso significa que existem muitos com boa doutrina que são covardes. O que faz pensar do que vale ter boa doutrina se não existe a coragem de falar e agir segundo a mesma. 

A Igreja padece pela covardia dos bons. Não é somente uma crise doutrinal, é pessoal... é uma crise de gente frouxa. 

Recentemente tive um exemplo, muito nítido, da covardia dos bons. É comum encontrar quem diz que ama a Missa Tradicional, que acha bonito, que quer resgatar a Tradição. Agora se pergunte se você teria coragem de colocar o seu nomezinho numa solitação e enviar para a Cúria da sua cidade, de se apresentar conforme o que deseja e pensa? Bem, não sei qual seria a sua resposta, mas recentemente tive a prova de que colocar o nome num papel e defender seu próprio direito e carisma pela Tradição é pedir muito. Covardia dos bons.

Os maus fazem até cartilha na Quaresma e possuem uma insana desvergonha, enquanto os bons não conseguem colocar sua própria cara à tapa diante da Hierarquia Eclesiástica, não colocam nem seu nomezinho num papel. Bons porém frouxos.  

Todos acham que o quadro mudou porque as pessoas estão comentando em vídeos, denunciando. Que ilusão. Eu só acredito quando os mesmos, seja padre ou leigo, derem a sua cara à tapa diante da Hierarquia afirmando com cordialidade e firmeza aquilo que acreditam. 

A Igreja padece porque seus filhos são covardes. 

O avanço dos maus é pela covardia dos bons. Bons leigos e padres... bons, porém, covardes.

 




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