A Piedade no cotidiano da Vida de Estudos
Se, portanto, lês, ou estudas, e tens por isto a inteligência e conheceste o que se deve fazer, isto já é princípio do bem, mas ainda não te será suficiente, não és perfeito ainda.
Hugo de São Vitor, Dicascalicon, L.V, C.9.
As concessões úteis são:
Concessão 01 - Inspirai Senhor as nossas ações... (indulgência parcial)
Antes de começar a estudar, ler e etc...
Concessão 20 - Ensino e aprendizado da Doutrina Cristã (indulgência parcial)
Considerando que o estudo católico abarca várias áreas do saber, este ponto é bem interessante.
Embora as mentes ainda estejam imbuídas da forma moderna de percepção sobre o ensino, separando religião ou ensino catequético de filosofia, sociologia e educação, o ensino clássico católico considera o primeiro como base dos outros, uma vez que contém a causa e os princípios das coisas.
Talvez uma das maiores dificuldades atuais seja o fato de as pessoas não entenderem que pontos de catequese fazem parte de uma aula católica, seja lá qual for o assunto. Na mente delas, tudo que contém um versículo ou a simples menção ‘Espírito Santo’ é catequético e somente catequético, nada mais que catequético. Não conseguem fazer pontes entre o livro dos Macabeus, o helenismo, a filosofia antiga, os 300 de Esparta, por exemplo. E o professor também se vê refém da caixa social do nivelamento, já que, se ele corajosamente fizer esta ligação em aula, terá entrado no perigoso e proibido território religioso. E até mesmo os que estão dentro do catolicismo e defendem uma cristandade estranhamente não aceitam a cristandade nos assuntos e nas aulas (e, se for uma professora, esta poderá ser acusada de querer ser padre e “ensinar a doutrina”).
Mas a Doutrina Católica é obviamente a base da Educação Clássica Católica, da Filosofia Perene e de qualquer estudo executado catolicamente. Novamente, isto é uma obviedade: se existem falhas no ensino da doutrina, todo o resto ficará sem alicerce (por isso, gastei tanto tempo com catequese, por exemplo, e, claro, me colocaram numa caixa). Logo, ensinar e aprender a Doutrina se torna uma exigência para além da catequese paroquial. Tal coisa já era vivenciada nas Escolas Catequéticas, como a de Alexandria, dos primeiros séculos da Igreja, por exemplo, que foram as antecessoras das Universidades, ou seja, visavam mais que um ensino local e desprendido do restante das áreas de conhecimento. Não era uma caixa, mas um portal.
"A humildade", diz Hugo de São Vítor, "é o princípio do aprendizado, e sobre ela, muita coisa tendo sido escrita, as três seguintes, de modo especial, dizem respeito ao estudante: A primeira é que não tenha como vil nenhuma ciência e nenhuma escritura... Tu, porém, meu filho, aprende de todos de boa vontade aquilo que desconheces. Serás mais sábio do que todos, se quiseres aprender de todos. Nenhuma ciência, portanto, tenha como vil, porque toda ciência é boa. Nenhuma escritura, ou pelo menos, nenhuma lei desprezes, se estiver à disposição. Se nada lucrares, também nada terás perdido. Diz, de fato, o Apóstolo: "Omnia legentes, quae bona sunt tenentes" (I Tes 5) |
Concessão 25 - Exercícios Espirituais por ao menos 3 dias (indulgência plenária)
Alguns modelos estão disponíveis aqui, podem ser feitos em casa e sem sair completamente do cumprimento dos deveres de estado, embora isso seja encorajado. Nosso Senhor é o "primeiro livro de estudo".
Concessão 55 - Fazer o Sinal da Cruz (indulgência parcial)
"Aquele que diante de uma multidão de livros não guarda o modo e a ordem da leitura", continua Hugo de São Vitor, "como que andando em círculos no meio de uma densa floresta, perde-se do reto caminho. É de pessoas assim que a Sagrada Escritura diz que estão sempre aprendendo, mas nunca chegam ao conhecimento da verdade". Didascalicon V, 5 |
o estudo deve ser uma exortação,
e não uma preocupação;
deve alimentar os bons desejos,
e não secá-los.
Como gostaria de mostrar
àqueles que se puseram ao estudo, por amor da virtude,
e não das letras,
o quanto é importante para eles
que o estudo não lhes seja ocasião de aflição,
mas de deleite.
Quem , de fato, estuda as Escrituras como preocupação
e, por assim dizer,
as estuda para aflição do espírito,
não é filósofo...
e tarefa de grande importância,
prevenir aos eruditos...
Nosso propósito deverá ser, portanto,
o de subir sempre.
Roguemos, pois, à sabedoria,
para que se digne resplandecer em nossos corações
e iluminar-nos em seus caminhos
para introduzir-nos naquele banquete
puro e sem animalidade".
Didascalicon V,8-9;VI,13
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