Se Toda Mulher Tem Resquícios Feministas, Teriam os Homens Traços Machistas?
Brincadeira: Você rirá ou não? por Sophie Anderson, 1857
Dentro dos círculos dos especialistas do erro, surgem discursos bastante intrigantes, como a afirmação de que toda mulher possui vestígios feministas (eu mesma acho que já falei essa frase várias vezes). Contudo, se assim for, podemos igualmente supor que todo homem carrega traços machistas. Curiosamente e convenientemente, essa última premissa não é aceita, como se os homens, por algum motivo obscuro, estivessem imunes a tais perturbações.
Este raciocínio pode ser bastante confortável, mas não posso afirmar que seja prudente. Se uma premissa é válida em uma direção, deve ser também na outra; caso contrário, há manipulação do discurso. O mais grave na especialização no erro é a completa desconsideração dos motivos subjacentes ao erro, com o único objetivo de não “parecer com o grupo adversário”. Por exemplo, as protestantes no Brasil usam coque baixo e saia reta; logo, se você não é protestante, não deve usar essas coisas para não parecer protestante (e mesmo que em outro país se use a mesmíssima coisa com o nome de “clean girls”, aqui será recebido como “coisa de protestante”). Em outra direção, se as feministas não fazem algo, nós logicamente devemos fazê-lo. É uma disputa infantil, rotulada de intelectualidade à brasileira, uma análise desprovida de critério que provavelmente abrirá espaço para pensamentos revolucionários ainda mais perniciosos.
O comportamento feminino e masculino foi corrompido pelo pecado original.
Os homens têm, sim, tendência ao clubismo dos pares e a oprimir a mulher de alguma forma, podendo ser extremamente perigosos quando não estão sob a verdadeira redenção do Senhor. Verdadeira, pois pode acontecer de alguém ter o nome de Deus na boca e ser soberbo e intimidador, exceto se diante de um homem mais forte. Esses traços do Adão caído são comuns nos homens sem Deus, mesmo dentro da Igreja: sorriso de escárnio, humor de quinta série, clubismo masculino acolhedor, culpar as mulheres por suas mazelas e incompetências, menosprezá-las, como Adão fez com Eva, e culpar a Deus por tudo. Esses traços da queda são comuns, já que todos estamos caídos e feridos. Isso é machismo? Não, é algo pior, que está na origem, é o pecado.
As mulheres têm, sim, a tendência a se deixar dominar pelo homem, numa relação de dependência que não é saudável. Enfrentam grandes dificuldades na maternidade e nos caminhos para vivê-la, têm apreço por si mesmas num amor desregulado e vaidoso, deixaram de olhar para as coisas eternas e passaram a focar nas terrenas. Sentem-se desprovidas de proteção, já que todos os homens se comportam como Adão; então, como Eva, resolvem, reiteradamente, fazer as coisas sem o apoio masculino, ao mesmo tempo que sentem que dependem doentiamente da aprovação masculina. Isso é feminismo? Não, é algo pior, que está na origem, é o pecado.
E ambos perderam a inocência e a alegria de descobrir a Deus e em Deus. Mesmo entre os grupos mais dedicados, existe uma acepção de pessoas brutal, alimentada pelo famosismo, populismo e polemismo, as novas e antigas vestes que geram atenção e aprovação irrefletida.
É um amor falso pela verdade. Uma dinâmica mundana que só poderá ser vencida com oração e meditação.
Por fim, além de nos preocuparmos com as possíveis ações feministas ou machistas, poderíamos perguntar o que afinal é uma mulher cristã e um homem cristão. Será que os santos perderiam tempo com essas rotulações? Ou gastariam tempo cultivando a alma em virtudes e a mente em pensamentos santos?
Santa Joana D’Arc liderou um exército, Santo Antônio foi cozinheiro por anos, Santa Teresa derrubou uma parede à marretada para ampliar um convento, São Geraldo Majela era alfaiate/costureiro, Santa Lídia era empresária/comerciante.
Diante da vida dos santos, todas essas divagações infantis se desfazem, tudo fica claro como a luz nos vitrais das igrejas. Deus faz maravilhas nas almas dos seus escolhidos, os filhos de Deus podem fazer tudo que estiver conforme à vontade de Deus e à santificação de suas almas, basta que ajam como homens e mulheres, na vocação e instalação sexual que a Providência lhes conferiu.
Quem dera cessássemos de desperdiçar tempo e nos entregássemos ao estudo e à meditação, conforme convém aos filhos de Deus.
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